6 de fevereiro de 2021

Inertes

Essa casa não ventila o veneno que tua língua destila

Cômodos oprimem corredores por portas sem saída

Olhares mortos, olhares mortos, olhares... tortos

Mobílias presas a uma sala de estar, sem estar

Divagando em meio a não-lugares

Se me recuso a manter androids na vida, recuso nas linhas

Opiniões são subjetividade pífia e medo

Não me nego a regenerar condutas ou mesmo palavras

Leve no forjar alianças com todas as classes e verbetes

Meus álbuns são meus registros de cura, cicatrizes e tempo

Não tento sair bonito na foto

Tento não queimar meu filme demonstrando algo menos que alma

Ligue o flash pros likes iluminarem a silhueta de uma bolha de ilusão

Na era das trevas

Na era das eras

Na era das traças, números e traços

Tudo hoje já foi, placebo

Nos viciaram em calmantes

Juntar meio bilhão só pra queimar

As Moiras teceram nosso paletó a anos

Não serei eu a relembrar Escrituras

E por favor, quem o faça, não manipule Significado em deturpados significantes


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