Tenho mais livros que amigos
Numa prateleira vazia
Logo, não tenho amigos
E meus "livros" são poesia
Então minha vida é uma farsa
Comédia trágica básica
Metamorfoseando letras como Kafka
Com ilustrações de Basquiat
Cartaz na minha nuca
Minha família me procura
Não me acha, sou artigo indefinido
Causo dor de ouvido
Caos dos renascido
Sou captcha, robô provando sua humanidade
Me diz: quantas vezes errou?
Quantos dedo apontou?
Gira seu dedo aqui, sou apontador
Sente a dor da ponta no dedo
Da sociedade que desapontou uuh
Sou solitário
Somos souls em aquários
Que formam bolhas de sabão
Nos oferecem escolha da marca
Dando opção de sim ou não
Mas pra mim sei lá se sim
Só sei que aqui é não
Pensa no seguinte
Dez e dez são vinte?
Menos, mais, vezes, dividir
Mais vezes ao menos dividir
Não parece uma conta mais completa?
Pula no banco carona do poeta
Da caneta semiautomática
Da mente semianalfabeta
Dando a letra sem chegar até o ômega
Desculpe, ainda tô na fase Beta