21 de dezembro de 2017

Pesadelo sombrio

Descobri tudo, tomei uma decisão, essa vc não pode tomar também sozinho
E assim eu ficaria, por todo o resto desse caminho
Resto da vida. Quanto dura uma vida? A sua não muito
Chega de raiva contida, cantiga... Contigo?? Fortuito
De maneira egocêntrica me regozijo do som de cada um de meus passos que não ouço
A chave debaixo do tapete aparece, sua subida levanta pó e o voo de meu desejo assassino, torço
O pó na narina e a raiva de 40 ladrão,
A lá, os din da sua carteira sumindo, seria abordagem padrão
Mas o valor que quero não paga o cartão postal daonde
Seu corpo egoísta vai boiar, selfie no fundo do Aqueronte
Você não está ainda em casa, rasgo todas suas roupas, eliminando cada uma de tuas cores
O único pertence seu que deixo é sua coroa, rei, ela é de flores
Ouço o barulho do motor do seu carro, me distraio, nas tuas louça quase caio
Lembro-te me balançando na cadeirinha aos 16, eu sonhando aos 70 ainda tar te balançando
Fiquei tão quieta assim só numa festa surpresa, mas lá você tinha outro motivo pra estar chorando
Vc notou algo de estranho, me viu, droga, hora de correr
Sei que hora agora é essa, mas aquela lembrança não deixa essa hora rimar
A lâmina da faca reflexiva, eu não, e amo isso
Adoro o pavor em seu rosto no contraste com meu sorriso
Um grito! Acordo, 36 graus, 20 é a temperatura do quarto, melhor apagar o pavio
Essa vela, quente, me fez viajar longe. Mas você, frio, ainda tão perto... Pesadelo sombrio

Nenhum comentário:

Postar um comentário