26 de janeiro de 2021

24 - 27

Não vejo choro, sem vela, só choro

Quantas derrotas em tantas reencarnações duma mesma semana de janeiro
Volto ao vulto, tua lembrança em preto e branco, o achar sem estar achando
Útil agradável mundo novo
Vida que estremece um quarteirão
É carne, é pedra, é enraizar o nervo
Nascer uma flor

Hoje choveu sem trovejar
Viveu turbulência, se foi em calmaria
Em um dia a terra uniu seus quatro elementos principais
O amor, empatia, solicitude, o perdão
Suas pétalas beijam-me ao sol

Parcialidade faz aumentar o peso das palavras
Lá se vai o cadáver mais pesado do mundo


Em meio ao tiroteio de palavras, saraivadas de conversas perdidas

Minha cabeça é uma pipa sem linha
À deriva, ao acaso, aos berros

7 de janeiro de 2021

Pequenos ódios do meu alter-ego

 Minha confusão começa com a transfusão de um som do Slim

Mudando sinapses, funções e seus afins

O gerador de ideias se torna caixão, desatando nós de segredos enterrados, como uma múmia maçom (cooff coff)

Sacudo a poeira do corpo, tipo um desenho Acme, chego pra estourar verdades nas suas caras, igual jovem com acne

Minha mente são meus exércitos russos, pois sou bi-polar

Dois hemisférios frios com icebergs calculistas prontos pra te afundar

Ok, desliga o mundo, bora reiniciar

Dessa vez o Titanic como arca

Então o gelo das placas congela e aplaca tudo o que toca o aquecimento solar (depois será tudo seu, Simba) 

Capitão, só não salve sua Amérikkk como um bom patriota, tá?

Ela tá na fase girino, deixa os Crazy Frog se afrogar

Comemoro com whisky e gelo pra evitar os cowboys

Cavaleiros do apocalipse, jokeys de poodles toys

Playboys gritando com a empregada no play se achando heróis 

Mas mímicos na quebrada. Perderam The Voice ao ver The Boys?

Poderes mágicos rondam pensamentos trágicos

Aos propensos a nem estudar o básico, digo aqui jaz o... hmm

Não lembro, mas olho a cova e dou risada

Tão rasa quão seu racíocionio, desencarna espírito, volta pra casa (lar, doce lar)

A mente crente mente como a da gente

Arminha de dedo em frente ao onisciente, olha o presente

E deixa o passado de lado, dados são suficientes

Professor Xavier lendo mentes hoje só encontraria dementes

Respeito A Palavra, mas a conexão hoje trava

Quando é que são eu vaiava aborto de criança violentada?

Fizeram das Palavras, Cruzadas

Seu amor ao próximo ainda deixa pessoas entre a cruz e a espada

Quem sou eu pra falar? Sou zero, um nada

Mas à direita de um trono deixo a carga elevada

É simples matemática, mas tenho ciência que minha filosofia não é histórica

Deixem os padres ensinar biologia, anatomia pra crianças em igrejas católicas

Colégio militar vai fazer melhorar

É imposição de sentido o que faltava pra estudar

Pois todo capitão é um Sherlock da escola elementar

Alguns viram bons Presidentes, e deviam mesmo só olhar

Ainda nas cavernas temendo as sombras de agulhas na parede a projetar

É tanto ar nesse final, mas 200 mil não podem mais respirar


Tô só brincando, todos os grupos que ofendi. Vocês sabem que amo vocês!


6 de janeiro de 2021

Inutilidades

 Eu conheci as flores

Por algum tempo, falei sua língua

Semente de todos os amores

Efemera, defronte ao fogo invísivel, míngua

Mas quanto durem, sorriem para o céu

Objetivas, destinam-se ao sol

Subjetivas, existem sem saber 

Concluímos nós: carícias ao olfato

Nós, reféns de sensações

Quando não sequestrados em atividades

Que nada fertilizam

Uma vez, vesti uma flor em meu bolso

Ou teria a flor se vestido de mim?

Elas não se enfeitam, apenas… são

E a isso buscam as abelhas

Não importa...

Sei que, naquele momento

Por alguns trocados, ambos estavamos mortos

Mas quem se importará conosco

Quando ventos sopram perguntas:

De onde vens? Onde vais?

Mesmo que ela saiba todas as respostas

Somos surdos à brisa e seus sarcasmos...

Suas pétalas frágeis, raízes resilientes

Seu doar, sem ego, em atrito com o vento

Voa um dente de leão

A natureza a todo momento ruge

Para ao fim, adornar o túmulo de mais um poeta