Eu conheci as flores
Por algum tempo, falei sua língua
Semente de todos os amores
Efemera, defronte ao fogo invísivel, míngua
Mas quanto durem, sorriem para o céu
Objetivas, destinam-se ao sol
Subjetivas, existem sem saber
Concluímos nós: carícias ao olfato
Nós, reféns de sensações
Quando não sequestrados em atividades
Que nada fertilizam
Uma vez, vesti uma flor em meu bolso
Ou teria a flor se vestido de mim?
Elas não se enfeitam, apenas… são
E a isso buscam as abelhas
Não importa...
Sei que, naquele momento
Por alguns trocados, ambos estavamos mortos
Mas quem se importará conosco
Quando ventos sopram perguntas:
De onde vens? Onde vais?
Mesmo que ela saiba todas as respostas
Somos surdos à brisa e seus sarcasmos...
Suas pétalas frágeis, raízes resilientes
Seu doar, sem ego, em atrito com o vento
Voa um dente de leão
A natureza a todo momento ruge
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