6 de novembro de 2017

Baboseiras

Na rua havia um caminho a ser percorrido, mas que não avisava a ninguém sua meta. Era incerto, sinuoso. Um labirinto de formas, sopa de letrinhas ao ser nomeado. Entrei, andei, esperei. Havia um motivo para eu estar lá? Havia um motivo para ela? Design inteligente? Dissemos oi. Não ao mesmo tempo, embora a urgência aos dois tenha vindo no mesmo momento. Meu oi por milésimos não se aproximou do dela. Meu "o" se iniciou em seu "i". Mas o abraço não era corrida. Um trabalho em equipe bem feito, a não ser por um engano: ambos não sabiam, depois de tanto tempo, como se cumprimentar. Eu virei o rosto a ela, ela parecia quebrar essa barreira almejando meus lábios. Um sorriso sem graça. Sentamos. Sim, sentamos. Carros buzinam, sinos vibram. Sete horas. Já é manhã? Ou já é noite? Não me atrevo a desviar os meus dos seus olhos. Sinto algo voando ao meu lado. Ela pousa. É a manhã.


- Quanto peso, disse a formiga.
- E ainda temos todo esse caminho a percorrer? Até o formigueiro novamente... todo dia será assim? Perguntou, mas a si mesma, pois nenhuma outra formiga falava português.
- pi pipi pipipi, disseram as outras formigas.
 Se vc, leitor, tão pouco falar formiguês, tenho uma tradução: - "Que calor".



Amado como um leito na relva pode ser por Madona
Preenchido de melancolia, mas a salvo
Como passarei ao dia em que destino assoma
Que para salvar, tenha eu de ser alvo

Cravo a cada dia os pés na areia
Não possuo confiança na terra firme
Ela levará sangue, correrá como nova veia
Mais leve, sobrevoo todos os teus crimes

Mas enquanto data obscura não chega
Mais uma vez profetizo meu legado
De alguém que a todos aconchega
ENTÃO PAREM DE PERSEGUIR OS VIADO


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