29 de dezembro de 2021

Almar

Teu dom tipo perrignon

Meu dom tipo perigando

Vison falso ostentando

Visando causar frisson


Viveu pelos peixes, só, morreu na praia

Quanto vale o peso que tu acumulava

Te cotaram homúnculo

Esse foi o cúmulo 

Quem te maculava

Vai pilhar teu túmulo

Quanto mais têm nada, asa mais pesada

Mano, não se apega, regra é: tu te basta

Ego são os prego pra te deixar pêgo

Vai ficar tão lindo numa tela em casa

Se martelar martírios, delírios, deliram

Galhos de mirtilos nascendo sorrindo

Se falta pra tu, bato, planto, produzo

Se sobrar pra mim, papos, cantos, servindo

Sorvendo sabores, papilas nos olhos

Me encho de cores. Meu vazio é ouro

Despeço e vou indo, volto ao meu garimpo

Descobri em mim o meu maior tesouro

7 de dezembro de 2021

Intensa utopia

 Tô no parapeito, peito para, notou

Tô tão sem jeito num mundo perfeito

Eles sei que são

Eu sou erosão... não fui eleito

Roubei sua mão até meio sem jeito

Calor do encaixe em meio aos nós de nossos dedos

Sequestro dos meus medos

Estou como? Estocolmo

Um bandido e seu coração se entregaram, tão preso

Esqueça antigos escolhidos na Guerra

Deixo os Golias todos encolhidos, enterra

São ex, sem vez, desrespeitaram suas leis

Um dois três, vendidos! São liquidação

Minha etiqueta é cara, a grife grafa minhas marcas e meus tombos

Assim mesmo não caio

É meu preço é caro 

Meu capital é Cairo

Ganho meus honorário a cada facada

Seu olhar é puro amor em um punhal

Amor, volta agora e costura meu peito 






3 de dezembro de 2021

Egito

 Não sei se eu sou senhor do tempo

Mas por dentro corre a mesma tempestade

Daquela tarde de novembro

Me lembro

Aperto um, botão do tempo. Vejo as mina flores sendo

O polén no teu olhar e em minha boca mel descendo

Meu olhar indecente aos céus tu ascenda, descendente de Deusas

Excita a vida, no pós me delira, delírio.. 

Cosmo e a similaridade entre suas pernas... 

Nem Prometeu, já dei fuga ao fogo, tô acorrentado 

A águia é a vida, Ísis, fui esquartejado

Me junta, me janta, 

Só não cospe após fazer amor

Sou teu Osíris ou seja: Tu tá sentada em ouro

26 de novembro de 2021

Sacro (onde a anatomia encontra o sagrado)

 Lingam é Papa da língua 

A missa nesse templo não acaba nunca

Falso profeta, destruindo cabeças da hidra 

A tempestade não vê onde, só cai

Tá com medo, me nubla 

Tô com medo, me ajuda

Meu físico inveja o psicológico e viaja

Mediando o sexo entre os os dois olhos de Hórus

Refletido no espelho do tempo: Yin-Yang

Cabo de guerra entre Vênus e Marte

A corda estoura no lado mais fraco

Fibras feitas de desejo e ego não duram

Nos amarrar em tranças, não transas

Amor é fonte desaguando sem queimar resistências

É bote salva-vidas

...

Boiei

Vivi de líquido amniótico

Sentindo a sensação do prazer

Mas perdendo estações

Tentando ampliar

Repetindo palavras, toques, fantasias

Cozinhando hábitos que trouxessem companhias que eu não enxergava em meu orgânico

Pois é.

Cada um se entorpece de seus enganos preferidos



9 de setembro de 2021

Post mortem

 O meu interior segue Implodindo

No exterior sorrindo, indefinido como o artigo

Artilharia ideológica ao oprimido

Num tempo infinito a matéria se corrói

Não sou herói, tenho lixo na rua

Joguei praga na sua corja, me enoja ver o rumo que tomei

Mas num mundo sem Lei sou meu próprio Sensei, pensei

Sem aceitar tudo de cima. Abaixo à ditadura!

Deles: abaixo assinado, nas rua, outra postura

Postura errada só dá escoliose

Colunas estatais tortas por sustentar essa metamorfose

Em que transformou-se a leitura política, ó meu bem

Nada pior que se tornar vítima do cidadão de bem

Tal cidadão Kane, salvando o povo Mary Jane

Presos às teias de aranhas, redes de dinheiro e barganha

Olha teu sonho aí: sociedade só apanha

Poder assanha a mente tacanha, e arranha a constituição

Poluição informacional é isso aí

Quando gritavam: buu comunismo, logo vi

Relaxa aí, parça, se encaixe ao bingo

Cujo sorteio segue vivo em certos domingos

E o sete de Setembro foi lindo, instrutivo, impeditivo e artístico: pleno circo e fogo

Palhaço já não anima, largou a flor, trouxe chacina pro jogo

A redação contra a vacina, o alfabeto desanima

Não adianta, livro bom ao contrário é só mangá 

Orvil, pavio da guerra cultural, militar

Grito de lá só vem enquanto às instituições convém

Mostro os corpos: contem 

Lavemos copos pra ontem

Uma escolha muito difícil? Sei

Agora quer estourar seu próprio ovo chocado

De ópio pago por agro, a chaga tá no teu nome

E me consome a tua ideia que ainda paira: o Lula é problema também

Teu papo tem uma década, parceiro...

1 de setembro de 2021

7 de setembro

 A árvore que penetra a terra

Flecha atravessada em vida por eras

Irrefletido amor

Feito de sal, mercúrio e enxofre:

Alquimia 

Rosas eram vermelhas, violetas eram azuis

Demônios antigos tudo tingem em preto e banco

Codificam tudo em barras...

Viremos costas à dualidade

Fazendo frente à hipocrisia

Com um grito que ecoe no silêncio da meia noite

No travesseiro

Asfixiando eternamente de ar e sonhos 

Os que nos diminuem 

A empecilhos gráficos

De sua insinuação cega

Feita de mentiras deliberadas

Eternizadas em realidades aumentadas

Vede o amarelo sorriso 

Daqueles que bradam por justiça: verde

Desses sem cor, sem sotaque, sem honra, opacos

...

Gol

29 de junho de 2021

Coleção preguiçosa de trechos antigos ilustrando os caminhos do amor

Quero abraçar

Mas sou um cacto

Solidão media o pacto

Preso à pele, pó compacto

Será que acabei me apaixonando pelo amor?


Corpo sinuoso, insinuante

Fala sinuosa, insinuante

Deixa a maciez de seus lábios ser meu alimento

Antes que tudo tenha gosto de máquina...




A paixão está nos matando

Coração batendo no peito

Orangotango, gritando

Encontre o leão nessa selva de linhas



Sua mão parece que não tem final

Acena o sol no começo da rua

Meu corpo contigo é carnaval

Contido num riso sincero

Me perco só de mordiscar

A ponta do meu lábio em meio

Ao seu a cantar, ao contar

Encanta e me tira os sentidos

Embora tão forte o que sinto

Inseguro à segurança de teus lábios a valsar

E sua silhueta a tingir o solo de sombras que

Não mais cabiam nos mistérios de seus olhos

Feliz ao notar que ao bruxulear das luzes

Sua sombra me beija apaixonada

Recepção ao mito da caverna



Nossa caixa postal é um quarto de motel

Sou seu sexo 0800, deixe seu recado

Vamos quebrar juntos

Selos e sigilos

O que é o Belo se não o mais Terrível? - Rainier

Ácidos, assíduos e repugnantes 

A seiva de teu seio me alimenta

São tão doces teus frutos

Várias línguas, é torre de babel

A luz não pisca, nossos orgasmos as ofuscam



Não confunda com vínculo os vincos que tu faz na minha roupa

Minha lua é uma laranja mordida

Ainda em casca

Você e seu humor cítrico

Sua ausência cáustica 

Amarga minhas noites

Sintetizei amor sem pensar em antíteses






Amor não dói, é companhia à sombra

Não sobra dúvida que nada era real: fui assombrado

Engraçado eu ser pego num joguinho de luzes

Que vem e vão, piscam

Explosão de serotonina, sinto o gosto

Propaganda corporal enganosa, fúnebre processo mesquinho

Sei como age, naja, inoculo o que tu exala

Dei aula na sua sala, só sua falcatrua nua lhe vendava

És vendaval, festival, tudo deixa bagunça

Eu junto meus cacos e a maldita jagunça

Vem exterminar. Com o ex terminar. 

Um dois três pra eu pensar, fantasiar nois num bar

Viajar, embriagar, filhos, sabe? Uma vida criar

Oculta vilania inocente, o lado puro no fundo da sua mente doente

Que embora presente, não tente ou intente ou entenda que:

Eu odeio você!

Uma parte sua mora aqui

Nela faço ferver desde que

Passei pelo inferno, voltei vermelho

Não sei se sou Hellboy ou homem sem medo

Advoguei pro diabo

Cobrei treze almas

A sua faz parte da caça 



Tão perigoso quanto um tango em Paris rodeado por câmeras

Indecência em cada faísca da centelha

Em órbita a excência, perfume de rosas me ensinam 

Em ver quão nocivo foi respirar a essência de teus rolos

Tóxicos como papiros das tumbas

Me limpo


Isto era eu,

um pardal.

Fiz o melhor que pude;

adeus.

- William Carlos William

17 de junho de 2021

Tecnicamente insone

Certo, tentemos não ser honestos:
Tenho um demônio manifesto
Mefisto, o nefasto
De quem me visto e me faço
Infesta do que digo ao que traço
Incenceia meus passos por campos vastos enquanto piso com pés descalços
Um show pirotécnico. Sem ingresso?
Faça parte da fogueira!
A minha pira é tu na pira
Te apagar só na paulada 
Ops, esqueci de acender o fogo, meu povo. Vambora de novo?
A chave vira e tudo fica preto
O motor vibra, combustível preenche as veias
Bile na bic do vil patife
Pois é, tenho nada além disso pra ti, fi
Te vi e nem notei, eu já disse
Tu é figurante e eu herói dark de história da DC
Tu homem formiga: pisei e nem... vi
Não sei se neste momento estou acordado ou dormindo
A última lembrança é de vc ter começado a falar e tudo sumindo
Divorciei dos significados, sempre tô puto
Puta! Tu nunca vai me ver num estado civil
A mente tá sempre no cio. Crio!
Creu. Velocidade 5, sem dança 
Ganho corrida desde esperma
Não tô pra perder pra criança
São, sou plena confiança
Pra sua, não dá. Pago fiança neuronal se tu formar
Uma frase que tu consiga juntar o cre com o cra
"Crecra"? Quem no período cretáceo te ensinou a pensar?
Meus professores são inomináveis!
Seus antecessores, incomparáveis!
Eu, o viajante do futuro
Os orientei, eram todos tão amáveis!
Entende agora como agem
Se bem lubrificadas as engrenagens?
Então não culpe os mecânicos
Em um racha comigo tu racha e eu só me racho 
Entre o de cima e o de baixo
A questão não é saber quem atinge
Estive nos dois, em qualquer encaixo 
Então sossega o facho, se não é clinch
Te dou quinze de vantagem pra tu começar. 
Pronto? "Lá vou eu", grito lá pro fundo
1, 2, 3 palavras escritas nas linhas?
Com uma ou duas linhas, grito: salvo o mundo

Esquece rimas. Quem precisa de rimas? Rimas rimam com o que? Com Rimas?
Prefiro as imagens como ecos degladiando tua mente como a vingança dos clones. 
Todo dia martelando tua memória num eterno Djavu
Grudando igual chiclete na tua mente, como quando rimam Djavu e Djavan
E deverão se manter presas, como os filhos de Jair

8 de junho de 2021

Substantivo vs adjetivo

 A vida me ensinou a correr e me deu a pista

A bateria de 100 metros rasos

Foi trilhar sentimentos de narcisistas


Bom de arte? Não. Bom de marketing

Rosto padrão pra todo casting

Sem função ou sal no acting

Sua cena causa react 

Por conta dos deslikes

Abro a boca, atraio mics

Fecho a boca, gero fissura por pipes

Juro, é quase pornográfico!

Mas pq não gero tráfego?

Ligeiro no tráfico: informação

Odeio o hype, e sempre odiei

Mas gerei comentários por locais dos quais passei

Tu se diz um artista. Te aponto, digo: hey

O rei está nu! Máscaras derrubei

Me debulhei. Você ainda é Barbie na caixa de Ken?

Dica hein: a ferradura não dá sorte

É outro o casco que move o palco além

Cavalgo 300 cavalos de perspicácia 

Sobre tapetes persas

Abra os olhos pro céu e me veja: sou Pégaso

Tu não entendeu o preambulo?

Volte pro teu estábulo

Você se vende por inteiro

Seus talentos? Só apartes

Tenho vários lados

Você só tinha um

Me recolhi em mim mesmo e pergunto:

Te sobrou algum?

Quando perguntam onde está seu antigo gênio

Como você explica

Que se queimou com a lâmpada

Foi pra cadeira do eletricista

Te trombei no mercado, atrás da sua camisa tava escrito: artista

E o "posso te ajudar?" na cara de pena de todos a vista


3 de junho de 2021

Artista - Propor/eco

"Artista, se vc pudesse ser um artista, qual artista vc seria?"

"Não me escreva até que tenha algo da alma"

"Cansei de suas cartas cheias de palavras para me dar um oi"

"Cansei dessa sua mudança de letra. Gostava quando vc era A, não agora que vc finge-se (sic) B ou até mesmo uuurgh (sick) C."

"Eu gostava quando vc era espelho, me incomodei quando vc passou também a refletir"

"Eu gostava de cansar de olhar bundas nas ruas"

"Cansavas de repetir. Diz: gosto. Digo: meu"

"Eu não entendo o que vc amava ao sentir desse jeito, ao expressar, ao falar, ao..."


PROPOR


Você pensa propor uma reflexão a vidros inflexíveis 

Vivemos a transparência! Somos parte do aparelho, paralizados e cínicos, em uma arcada dentária que eternamente sorri

Mas não possui voz. Nada produz. Nada produz.

Finge estar a sorrir evocando bruxarias para dormirmos enquanto nos deterioram: bruxismo social


ECO

"Artista, se vc pudesse ser um artista, qual artista vc seria?"

"A arte deve ser algo maior." Então aumentei todas as fontes, e ele me olhou e disse: é isso. Pois ele mesmo não compreendia o que era uma arte maior nem de onde ela vêm

"A arte deve ser um ataque ao status quo." E então mandei um torpedo, que cruzou as redes e acertou em cheio o inimigo. Ele não compreendeu as mudanças entre 0 e 1.

"A arte tem de vir da alma." Aguardamos por algum tipo de manifestação metafísica e, ao findar de 113 anos de aguardo, quando conseguimos sentir a verdadeira fome, ele mesmo pegou o caderno e escreveu:

"Vamos comer?"

E então, eu o sagrei um artista

26 de abril de 2021

Concerto

Uma criança adivinharia o que havia em cima do piano:

Vingança

Servida para dois

De hábitos diferentes

Trocamos os papéis de vítima


X

Desce leve

E vem de encontro

Como um mapa do tesouro e seu X

O que encontrar abaixo do arco-íris

Sendo cego de paladar?

O êxtase do vidro de encontro à boca

Carne de encontro à areia

E ver tudo tornar ao pó

De tanta excitação não sei se parto vidro ou dente

Sapatos, camisa polo, perfume

Adornando sua dança da morte

Ao banheiro? Estou embriagado demais para te levar

Te vejo, polo aquático

Por tudo que está em jogo

Você nada em seu próprio vômito

Seus olhos vomitam junto

Duas rolhas prestes a saltar 

Colheita de uma safra que aguardei por anos

Não se preocupe, me acostumei ao amargo

Ao repulsivo

Ao segredo que há entre

Seus olhos e um copo transparente

Fui teu anjo da morte

Selo com um beijo teus espumantes lábios

Teus agonizantes gemidos são dueto à minha última composição

Cruzas o inferno aplaudido por teu pianista, assassino e maestro






5 de abril de 2021

Rosa

 Quando você vive mais eu que sua vida

Só patrões querem zumbi

Eu quero abraçar e gritar que somos o mesmo

Olhe o mundo e depois me conte

Assim como olho e conto de você

Quando não revela o que aconteceu entre Capitu e Bentinho, com uma só pena se escreveu milhões de livros

E se o que importa é o que fica

O que eu deixo é amor

Pois quando enfrento sou uma horda 

Formada por meus eus, pais, amigos, rivais

Cansei de aceitar minhas próprias emboscadas

Quero partir como uma rosa 

Não para sangrar, mas lembrar os espinhos que envolvem a beleza e sua fragilidade

O ego tem o mesmo material e a utilidade que um prato

E é preciso jejuar para perceber nossa verdadeira fome

3 de abril de 2021

Ansiedade

 Sinto medo da escuridão

Vou me confundir com o mundo
Abrir minhas vísceras
Em campos banhados em sangue
Irmãos dando adeus numa guerra
Estarei eu e eu só
Olho em frente e não amo, é inimigo
Como dar as mãos a algo como as sombras?
Como encarar o amanhã
Tendo passado a noite pelo Vale da morte?
Fede a futuro
Num presente assético
Quem sou eu quando fecho os olhos?
Quem serei ao abrir?
Mergulho, com medo de me afogar,
Grito
Invado
Preencho
Transbordo
Líquido e arrasto a alma de multidões
E observo do olho do furacão
Eles perguntando se venta lá fora

28 de março de 2021

Trip-e girls and boys lalala-lala

É o labirinto quem segue o fauno,





- E como eu começo isso?

- Miguel, eu sou só um texto

- Construido com minhas visões, minhas palavras

- E há algum problema nisso?

- Você é a materialização dos meus pensamentos

- Não. Eu já existo há muito tempo. Eu retorno por ciclos de gritos e desespero. Desde que haja a dor, eu estive e estarei aqui

- Qual é seu nome?

- Morte



Cruzam-se olhares, trocam-se caricias, despertam-se

O toque de sua bunda é embaçado por meu excesso de "se"

O frio nesse tabuleiro cobre minha torre

A cabeça do rei está em jogo

Me perco em meio às estrelas

Engatilho o tambor e assino uma Tríplice Aliança


- Então... eu também estou morto?

- Qual seria o sentido de vc estar conversando com a morte se já estivesse morto?

- Ah sim. Pq a vida é lógica pra caral... espera aí, eu lembro que já te encontrei!!

- Já nos encontramos algumas vezes. Sua pulsão de morte é, no mínimo, interessante. Te faz vivo... Irônico..

- Me lembro. Você morre ao final desse texto, certo?

- Não. Isso é só você quem pode decidir. 

- Eu só quero o fim de tudo. 

- Mas não é tentador flertar com o mundo?


PNL e DP, ok? Fala a mente na foda

Se fica em fogo voa longe essa fada

É safa da melhor safra, quero provar desse doce

3 de três na formação, o nosso time mete bala

Palestra, baliza, shows a parte, bem, agora é tarde, hein

Fé nos grego, honre o grelo, olha o dedo, põe no pêlo 

Esse calafrio todo aí é do gelo? 

Bota mais no copo, corpo mexe, ele me beija

A língua enseja, paladar cavalga, perfume trafega. Gata? Foca essa câmera logo e geme!


- O que você tinha dito mesmo? Me distraí.

- É como vc faz. Vc deixa passar. Escuta, vou fazer diferente dessa vez. Vou deixar vc me fazer uma pergunta. Sobre qualquer coisa.

- Você conhece Deus

- Claro que conheço! Eu matei ele.

- Então ele sabe... 





Sem o labirinto, tudo seria chacina




Incêndio

24 de março de 2021

Pai da Mentira

 Tenta me atingir mas não dou falha

Dois lados, uma navalha

A verdade quem te cortou


Todo rio corre pro mar

Pra que lutar por um mar mais vermelho?

 

Manipulação te assombra, deixa tua alma depenada

Pá e vassoura, vai juntar teus cacos, me repicar não dá mais nada

Não tenho forma, sou leve, voo confete

Com feitos que me mudaram. Você só mudou o cep

Sou "mestre dos magos, pai da mentira", tenho ouvido

Assumo, sou mesmo um bruxo! Mas não sumo. Somo e sirvo

No passado a verdade e eu, andamo meio brigado

Hoje, embriagado da fonte, tenho a destilado

Mentira tem perna curta, é só olhar sua vida manca

Tu não tem argumentos novos, do que vai viver tua banca?

1001 noites na tua vida e esquece conversa de jóia

Helena, meu sistema é imune, aguento  cavalos de tróia


Um tempo atrás eu jurava ser o Pai da mentira

Filho dos tempos, fazer o que?

E foi indo, nesse Espirito descobri que

De Santo tenho as asas e os chifres 

Amém

11 de março de 2021

Canvas

Eu medi alturas, velocidades, doses
Desejos de engravidar da gravidade
Entre a queda e o pulo, parir
Partir-me em dois
Trajando colar de cordão umbilical
Esse que corta-se uma vez, sem voltas
Sem olhar pra trás
 Splash


8 de fevereiro de 2021

Guerrilha 2 mil e 21

 Debaixo do viaduto é muita fé no procedê do "mãos pro alto"

Deitaram armadilhas, pedras são beijos no asfalto

Humilde e gravidade da pena, sinônimos
Civil e civilizado, antônimos, tapetes árabes, rodos, panos pra passar
Todos os produtos preparados para a nova limpeza étnica
Que, sim, será televisionada! Quando não, lavam as mãos em revista Veja
Veja!
E tenta sentir
A origem do mundo chegou a Dandara, Zumbi
Rosto que te causa medo, cadeados e segredos, tipo o "tá. Agora nois têm faculdade, Facebook. Pq meu perfil não tá no emprego?"
É bancada vendida, dinheiro lavado, nepotismo modus operandi no Estado, pra nois bala perdida
A vida aqui é pimenta em vida no Sertão, iiiih, ardida
Polícia 24 horas, violência psicológica em frente às câmeras nino meu nenê
Banco Itaú, entretenimento colonial em lacradas feitas:
Pra você!
Hoje o leigo é Lego, base da torre do racismo estrutural
Amanhã, viajando num cometa do tamanho de uma munição de uma PT, será Estrela
Que gostoso polícia e ladrão na brincadeira
Agora, abrir cadeira com a britadeira, é brincadeira?
Aproveita essa piscina de sangue e sodomiza ela com ratos 
Essa comissão da verdade levará anos pra ligar todos os fatos
E enquanto isso, embarcam, dinheiro ensacam, sakê
Turnos tentam trazer 
Muros pensam deter
Segurança irrompe teu lazer
Olho pela janela e penso
As grades da vida começam quando insistem que não pertenço
Pela ração do Doria, com 16 seu filho estaria hipertenso
O sol nasceu quadrado, a fórmula da vida por lágrimas dispenso


6 de fevereiro de 2021

Inertes

Essa casa não ventila o veneno que tua língua destila

Cômodos oprimem corredores por portas sem saída

Olhares mortos, olhares mortos, olhares... tortos

Mobílias presas a uma sala de estar, sem estar

Divagando em meio a não-lugares

Se me recuso a manter androids na vida, recuso nas linhas

Opiniões são subjetividade pífia e medo

Não me nego a regenerar condutas ou mesmo palavras

Leve no forjar alianças com todas as classes e verbetes

Meus álbuns são meus registros de cura, cicatrizes e tempo

Não tento sair bonito na foto

Tento não queimar meu filme demonstrando algo menos que alma

Ligue o flash pros likes iluminarem a silhueta de uma bolha de ilusão

Na era das trevas

Na era das eras

Na era das traças, números e traços

Tudo hoje já foi, placebo

Nos viciaram em calmantes

Juntar meio bilhão só pra queimar

As Moiras teceram nosso paletó a anos

Não serei eu a relembrar Escrituras

E por favor, quem o faça, não manipule Significado em deturpados significantes


26 de janeiro de 2021

24 - 27

Não vejo choro, sem vela, só choro

Quantas derrotas em tantas reencarnações duma mesma semana de janeiro
Volto ao vulto, tua lembrança em preto e branco, o achar sem estar achando
Útil agradável mundo novo
Vida que estremece um quarteirão
É carne, é pedra, é enraizar o nervo
Nascer uma flor

Hoje choveu sem trovejar
Viveu turbulência, se foi em calmaria
Em um dia a terra uniu seus quatro elementos principais
O amor, empatia, solicitude, o perdão
Suas pétalas beijam-me ao sol

Parcialidade faz aumentar o peso das palavras
Lá se vai o cadáver mais pesado do mundo


Em meio ao tiroteio de palavras, saraivadas de conversas perdidas

Minha cabeça é uma pipa sem linha
À deriva, ao acaso, aos berros

7 de janeiro de 2021

Pequenos ódios do meu alter-ego

 Minha confusão começa com a transfusão de um som do Slim

Mudando sinapses, funções e seus afins

O gerador de ideias se torna caixão, desatando nós de segredos enterrados, como uma múmia maçom (cooff coff)

Sacudo a poeira do corpo, tipo um desenho Acme, chego pra estourar verdades nas suas caras, igual jovem com acne

Minha mente são meus exércitos russos, pois sou bi-polar

Dois hemisférios frios com icebergs calculistas prontos pra te afundar

Ok, desliga o mundo, bora reiniciar

Dessa vez o Titanic como arca

Então o gelo das placas congela e aplaca tudo o que toca o aquecimento solar (depois será tudo seu, Simba) 

Capitão, só não salve sua Amérikkk como um bom patriota, tá?

Ela tá na fase girino, deixa os Crazy Frog se afrogar

Comemoro com whisky e gelo pra evitar os cowboys

Cavaleiros do apocalipse, jokeys de poodles toys

Playboys gritando com a empregada no play se achando heróis 

Mas mímicos na quebrada. Perderam The Voice ao ver The Boys?

Poderes mágicos rondam pensamentos trágicos

Aos propensos a nem estudar o básico, digo aqui jaz o... hmm

Não lembro, mas olho a cova e dou risada

Tão rasa quão seu racíocionio, desencarna espírito, volta pra casa (lar, doce lar)

A mente crente mente como a da gente

Arminha de dedo em frente ao onisciente, olha o presente

E deixa o passado de lado, dados são suficientes

Professor Xavier lendo mentes hoje só encontraria dementes

Respeito A Palavra, mas a conexão hoje trava

Quando é que são eu vaiava aborto de criança violentada?

Fizeram das Palavras, Cruzadas

Seu amor ao próximo ainda deixa pessoas entre a cruz e a espada

Quem sou eu pra falar? Sou zero, um nada

Mas à direita de um trono deixo a carga elevada

É simples matemática, mas tenho ciência que minha filosofia não é histórica

Deixem os padres ensinar biologia, anatomia pra crianças em igrejas católicas

Colégio militar vai fazer melhorar

É imposição de sentido o que faltava pra estudar

Pois todo capitão é um Sherlock da escola elementar

Alguns viram bons Presidentes, e deviam mesmo só olhar

Ainda nas cavernas temendo as sombras de agulhas na parede a projetar

É tanto ar nesse final, mas 200 mil não podem mais respirar


Tô só brincando, todos os grupos que ofendi. Vocês sabem que amo vocês!


6 de janeiro de 2021

Inutilidades

 Eu conheci as flores

Por algum tempo, falei sua língua

Semente de todos os amores

Efemera, defronte ao fogo invísivel, míngua

Mas quanto durem, sorriem para o céu

Objetivas, destinam-se ao sol

Subjetivas, existem sem saber 

Concluímos nós: carícias ao olfato

Nós, reféns de sensações

Quando não sequestrados em atividades

Que nada fertilizam

Uma vez, vesti uma flor em meu bolso

Ou teria a flor se vestido de mim?

Elas não se enfeitam, apenas… são

E a isso buscam as abelhas

Não importa...

Sei que, naquele momento

Por alguns trocados, ambos estavamos mortos

Mas quem se importará conosco

Quando ventos sopram perguntas:

De onde vens? Onde vais?

Mesmo que ela saiba todas as respostas

Somos surdos à brisa e seus sarcasmos...

Suas pétalas frágeis, raízes resilientes

Seu doar, sem ego, em atrito com o vento

Voa um dente de leão

A natureza a todo momento ruge

Para ao fim, adornar o túmulo de mais um poeta