Tenho sido esquivo
Tem descido o escriba
Logo cedo, teço o tecido
Que a vida tece comigo
Desvio,
Convivo com dias que
Caem em meses
Sempre mais
Exíguos
Quer ter voz, engole mais ar
Sommelier de sapos
Se bom ar não há,
Bem, bolar, não dá
O que sobra é sol, lombo,
chicote
Ovo estralado
Choca, com sorte
Oco, febre e silêncio
Nove meses tomando soco ou
sangue
Escrevo pra ser lembrado
Escondo, sou procurado
Escombro, morro tombado
Encontro, sou perdoado
Desmonto, monto, remonto
Mas não defino - se não,
definho - meu estado
Beba todo meu concreto,
Coma toda minha ausência
Sente o frio? Não tenho mais
sentido.
Avisa lá que rimo só quando
quero
A sinfonia que fiz ja não
quer dizer mais nada
Todos os sonetos do mundo
nasceram mortos
Montei uma cidade só de
poetas
Entramos em guerra
Queimávamos peles para
aquecer versos
Sangrávamos tinta
Selávamos mundos com palavras
fúteis
Mensageiros siderais, griots
sem estórias
Eu tava la quando acabaram
com a vida no meu planeta
Atenção: Devido à abstração
do escritor
- Silêncio, por favor
Aqui encerraremos esse texto
- Ae, menor, faz o corre pra
nois.
Peço desculpas
- Também te amo, Marta
Por qualquer confusão que
- Também te amo, Marta
Possa ter cau
- Também te amo, Marta
sado. Peço que se retirem com
cuidado
- Também
E sigam para outros textos
- O que?
Esse será apagado assim que
encontrarmos
- Amor. Te... Marta...
O responsável e sua senha
- O novo shampoo bardier
frulis irá
Uma boa noite e
- Olha a bala. Mentos.
Mentos. Quem vai querer?
façam uma ultima refeição
- No episódio de hj, nosso
casal de pombinhos continua vivendo feliz EM ARUBA
antes de amar
- Marta? Afogaram seu
personagem.
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