Uma olhava a outra sem jeito
Não sabiam o que dizer
Respira
Respira
Respira
Toque
Um olhar
Encontro
Um oi
Um aceno, tímido
Do bolso, tira um lenço e segura-o na mão
As primeiras palavras irrompem com força em meio ao silêncio:
- Para que este lenço?
Palavras que de tão fortes cortam o lenço, o Espaço, o Tempo...
Respira
Respira
- Tempo! Dê tempo!
Tocam as mãos
Se olham, mas agora se atravessam. Como se naquele olhar pudessem alcançar o mais profundo do universo
E sonhavam galáxias, universos, multi-versos, medos...
Respira
Voltaram à Terra. Olham para o lado e veem uma macieira. Colhem uma. Não precisam de mais provas da existência...
Aspira
Percebem o escurecer
Os olhos perdem-se em um bréu denso que bloqueia a passagem do som
O vacuo os engole
E choram
O Éden não respira mais
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