10 de abril de 2020

Resiliência (a)

Ouço suas palavras através dessa porta
Onde não há nada
As vezes sinto não haver nada entre nós
O vazio te é insuportável. Entendo. Foi o que sobrou
Balbucios, conversas, intrigas
Onde vc tenta trazer quem não existe nem lá longe, pra cá, perto
Me dói o coração estar escrevendo esse texto
O seu a vida toda bateu e doeu por nós dois
Três, quatro. Um dos corações pensa que o de vocês não se batem, imagina só
Imaginar só... você já faz isso a tanto tempo, não?
Tudo o que vc mais quer é sua própria casa. Tudo o que vc quer, é a sensação de pertencer
A um lugar, a algo, a alguém...
Meus exemplos de casa, em bairros bons, dias ruins, violentos. Hoje perdoo o que nos matou um a um por dentro
Talvez tive medo de ir a luta pois lutas eram tudo que eu via desde a infância acontecendo
Nossa distância foi criada com a régua que batia mais que palmada, eu não tinha idade para entender o correto do corretor. Parece que ainda não tenho
Um abatedouro criador de touros correndo atrás do vermelho do teu sangue. Esnobe, homofóbico, racista, vai entender... teu corpo jogado de lado e o corpo de delito nunca constataria a lesão espiritual
Até os 19 brincando de matar inimigos com espada. Se sou criativo foi pq precisei desde o início criar um mundo com cenas menos violentas
Repeti três anos pra ir contra essa tão aclamada dita inteligência que agia de maneira tão estúpida
Eu só queria não ser igual... eu só queria não ser igual... eu só queria não ser igual...
Conversa comigo?



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