12 de dezembro de 2020

Quem mata a todos?

 Sangue quente é o pigmento no cimento frio

Extraído de peles pretas, tingimento a sangue frio

E o menor previu. O olhar malicioso que o ronda

Últimas palavras, as da vizinha que o cuidava: vai pela sombra

Mas quem dera a noite todos os gatos fossem pardos

E o único doce tirado da vida, café amargo

À fé não tardo, com fé talvez sobreviva

Vidas apostadas na loteria diária. O sorteio: bala perdida

Bilhete premiado pra promoção, pm grita Bingo

É só mais uma tarde de domingo...

Saímos da era das fita, hoje é tudo digital

Mesmo assim molecada conhece cartucho

Tu acha normal? Ouvir na sala: olha a bala gerar gatilho

Ao crime ou ao coma a sociedade tenta induzi-lo 

Onde haverá alguma esperança? 

Acorda desse sonho, viver foi só teu moinho, criança Sancho Pança

Criados como animais enjaulados, com sentimentos entalados

Não tiveram acesso a Segismundo, mas são retratos falados

Não alardo ou propago aval pra político aclamado

Caneta, dá mais um trago na tinta, cospe o amargo

Sente o ressentimento em um coração ressecado

Por corre que tira sangue. Bala e explosão: aliados

Avião de coca cai na boca, louca lógica

O morro que grita socorro ouve resposta ideológica

Sem pronto socorro, é corre ou morro no mercado

Abatemos mais 70 kgs do continente saqueado










 

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