Sangue quente é o pigmento no cimento frio
Extraído de peles pretas, tingimento a sangue frio
E o menor previu. O olhar malicioso que o ronda
Últimas palavras, as da vizinha que o cuidava: vai pela sombra
Mas quem dera a noite todos os gatos fossem pardos
E o único doce tirado da vida, café amargo
À fé não tardo, com fé talvez sobreviva
Vidas apostadas na loteria diária. O sorteio: bala perdida
Bilhete premiado pra promoção, pm grita Bingo
É só mais uma tarde de domingo...
Saímos da era das fita, hoje é tudo digital
Mesmo assim molecada conhece cartucho
Tu acha normal? Ouvir na sala: olha a bala gerar gatilho
Ao crime ou ao coma a sociedade tenta induzi-lo
Onde haverá alguma esperança?
Acorda desse sonho, viver foi só teu moinho, criança Sancho Pança
Criados como animais enjaulados, com sentimentos entalados
Não tiveram acesso a Segismundo, mas são retratos falados
Não alardo ou propago aval pra político aclamado
Caneta, dá mais um trago na tinta, cospe o amargo
Sente o ressentimento em um coração ressecado
Por corre que tira sangue. Bala e explosão: aliados
Avião de coca cai na boca, louca lógica
O morro que grita socorro ouve resposta ideológica
Sem pronto socorro, é corre ou morro no mercado
Abatemos mais 70 kgs do continente saqueado
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