17 de dezembro de 2020

Únicos?

Overdose de ideias 

Desnutridas de originalidade

Formados robôs, formatados diariamente

Formandos de um mundo em caos

Treinados a abraçar as sombras

E agradecer



Sou um filtro vindo do barro

De sonhos, água e sangue

Ignoro o resto

Imploro o pouco

Pois são só palavras

E se são, sou palavras

Só serei, exceção

Às minhas próprias grafias

Serei sincero aos meus próprios mundos

Acariciado pela brisa, ondas e sonolência

Coagido por um universo sem leis

Preso e carcereiro

Médico alienista, louco alienado

Corto o fio da realidade com machados de Assis

Embora ele santo fosse...

Quebro lógicas, moldo forjas, reflito e derrubo

Com meu fechar de olhos, tampar de ouvidos e amordaçar de lábios

Então nada vejo, nada ouço, nada falo ou sinto

Entorpecido pelos novos e velhos Sentimentos do Mundo

Com apenas uma mão para anotá-los

Com a outra, cubro os olhos enquanto choro


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