30 de novembro de 2018

2018 A.C

Onde há fumaça, há fogo, e a brasa abrasa, me consome de novo
Coisas que fazem parte do jogo, parte do jogo
Parte, dá parte, faz parte, o aparte é do jogo... e tudo é azar
Tantos degraus, não quero pisar
Tanto calor, não quero ficar
Quero gerar. Juntar o teu sangue
A bolsa estoura, parimos gigantes
Fogueira das vaidades, nascemos puros
Me corrompeu, nem vi, tava escuro
Suspiros doces em embalagens adultas
Divide hoje comigo, baby, a culpa
Depois nós prestamos as contas
Uma conta do terço pra cada culpa
O céu virou uma catapulta
Escuta!
...
E agora para pra sentir.
O plano conseguimos definir
A outros planos, gozo introduzir
Seguindo a viagem astral, sigo o seu mapa, normal
Acharam que tudo estava nas suas impressões
Mas,
Alma não tem biometria
O relógio batia,
A sua cara enquanto batia
Só pq pedia, hááá
Dorme comigo, esquece o bom dia...
Nada em você hj me deixa sem graça
Cê faz umas graça
E se eu rio, palhaça
Diz que eu tenho riso frouxo
Mas aí que eu te mostro
Cryptonita me excita, masoquista, vibro se encosto
Vamos quebrar mais um encosto, Davi derruba o monstro
A sanidade não dá sentido ao que sinto, logo fui deposto
Eleito, deito no leito, teu jeito, peito feito de oportunidades
Afoito com a maldade do mundo e com teu sorriso
Apóio a claquete prum take mais preciso
Foram Monalisas na infância que inventaram seu sorriso, aaah
A fumaça trás seu sorriso mais bobo
Olhei por trás, a fumaça derrubou barreiras
Se vc pudesse entender o seu olhar...
Entenderia pq amo segundas-feiras.
Entenderia o que sinto quando te chupo
Entenderia o slogan ser dulce gusto
Entenderia que estar com vc não é nenhum custo
Entenderia que dormir contigo é o sono dos justos

Achei a solução dos meus problemas na sua composição
Te descubro fora da caixa, o embrulho em modo avião
Quero vc em braile, cansei de só ler teus olhos
Gritar é coisa tão fácil, quero ser ouvido em libras
E que até o interprete sinta essa emoção
Que até o dr. Fantástico se engane com essa ilusão
Que é olhar no espelho e...
Se apaixonar por teu reflexo!

Eu tô olhando o futuro no espelho desse presente
Prevendo o futuro nessas fotos do passado
Ousando dar pulos em novos patamares
Pecando em permanecer em velhos, hábitos
O hábito de acordar o deus que me habita
No cassino que ele montou hj ninguém mais vence
É que nossos deuses se cansaram dos jogos de azar
Cê virou sócia, a casa tá ganha: vende

28 de novembro de 2018

Castelo de cartas

Você tá aqui pra brigar, eu tô aqui pra salvar sua autoestima, aaah
Golpeia aqui, faz sangrar, jorra o sangue da tua retina, aaah
Rotina, ver você criando seus monstros
Azul piscina era o dia, agora eu só vejo monstros
Monstros! Esvazia a banheira pra limpar
E esquece agora esse lugar, esquece, é um não-lugar
Lugar de fala, a sua é uma bala
Toda noite me perfura após adoçar minha boca
Já perdi todos meus dentes, temo sorrir com você
Temor sem saber, trêmulo, tento entender, tenor, grave pra te ensurdecer
Sem emudecer, a garganta com a faca agora é a sua
Você sabe que não me amarro, baby, me sinto nas cordas
Agarrada à porta, vc não se suporta
O balde de água fria esquentou
Jogou na minha cara, acordou
Deu falhas piores, nunca fiz cobrança
Troco vem, quer em razão ou em esperança?
Nã, nã
Tá precisando de razão.
Confundiram meu instinto, criaram seu assassino
Confundiram minha reação, me pegaram lá fora sorrindo
Parabéns pela piada? Obrigado, cê é o motivo da risada

Fãs de rap são chatos

Quem é melhor?
O que rebola ao vivo?
Quem é que sofre o crivo?
O que fala de depressão?
Se mata ao vivo!
Me cansa
Melhor disco do ano?
Me cansa
Caralho, espera o fim, criança
Me cansa
Descansa
Espera um pouco
Se impressionar pq meteu linhas de soco
Sufoco
Pra qualquer um que saia do modelo
Escreve, escreve, escreve
Pra se foder nas bocas, no pelo
Por jovens que sempre caem no mkt, apelo
Mcs com uma puta entrega, mas que não têm selo
Não vai ao show, não entende o som, esquece o dom
De calar
Espaço pro som? No nada, lá há,
Mentes vazias, como se propagar?
Ouvintes astronautas, odisseia sem estreia, melopeia
Gostei, grudou feito geleia
Caralho como eu fico puto quando te escuto
É falho seu culto, refuto, pra dar amor?
Um puto



27 de novembro de 2018

O mais próximo do céu


Diz gostar dos drão, esquece do lá
O fá cê nem ouve do seu condomínio

No corre do pó
As faxineira aqui não explana
Mente em parafuso deu uma espanada

Meus direitos são fachada
Sua mente embaixada, tipo Tel Aviv, fechada
Preparando coquetéis pra vinda das granada
Ovelha desgarrada. Qual é a cor?

Vocês em Gramado, nóis só nos gramado
Quem foi programado?

Só,

Pó,

Tó,

Pela folha branca cês seguem as linhas
Me siga para encontrar a linha dos tiros

Reconstituição, mano, morri duas vezes
Único preso é meu corpo
E o caixão trancaram mais de três vezes

Prometeram à minha mãe que eu teria sossego no céu
Já que a Terra é promoter do inferno
Doaram cobertas pra tentar aquecer seu coração
Não viram o verão ou que a rima termina no inverno

Triste, sem cor, flores mortas, paisagens
E nem isso em vida vivi...



14 de novembro de 2018

Calvário

Preciso fugir um pouco de mim
Eu tô cansado de mim, simples assim
A vida aplaca meu conceito de fim, enfim
Olhando de fora nem deve ser assim tão ruim

Quando o sentimento ruim é interno
Quando o batimento culmina com o inferno
Quando a lembrança te traz nojo
Hoje pintei a cerâmica sem nem estojo
Aí lembrei de tantos sorrisos que já tirei
Foi quando conversei com deus, ou algo assim
Algo me disse que eu tô salvo
Eu disse que não, não tô: Salvo!
Mil à esquerda, dez mil a direita
E eu sentindo cada hit
São: onze, onze, onze, mil anjos e demônios me chamando para um feat
Que os sons na caixa não te irritem enquanto nos perguntamos: Estará ele vivo?
E hoje sou o número um, uno, único
É! Por isso meu tamanho não te serve
Pôr isso na sua boca só traria desgosto
Já eu envelheci tão bem. Carvalho me transformou num monstro
Liberei a minha sombra, sinto outros gostos
Memória anda pesada, corto outros rostos
Julieta nesse filme está gravida
Por isso gritaram que Romeu tem que morrer
E sei lá, ainda tô quente
Preciso de alguém que me reinvente
Não passe a mão ou pente se não for fino
Agulhas penetrando, tô me destruindo
Pedaços de seda, tô me enforcando
E as rosas tão me agredindo
Sinto muito não há futuro, tô só regredindo
Sombras na caverna e então acordo caindo





12 de novembro de 2018

Dia 1

O sol abriu hj para todo oficial trilhar seu rumo e se tornar o amanhã esquecido

Orai, la vem a milícia
Descendo morro adentro
Tira morador de dentro
Traz mais vela para o centro

Não, nunca fui abordado. Sim, nunca quis ancorar. Há tantas violências, levei à promotoria. Examinaram o caso, nada eles entenderam, nós realmente somos tão complicados.

Eu vi claramente um tiro, policia surda ao disparo
Miliciano se esconde no código de barras, só assim pra estar atrás das grades

Sou o rato que causa dor ao elefante
Sou o farelo molhado ao secar o pão
Minha letra é la do norte e a batida é racista
Sou o roteiro trabalhado na não ficção

Te daria uma aula de etiqueta, mas cortei minhas etiquetas. Então joga fora, só cuidado! Não pisa na etiqueta!!
















Cocaína


Queria escrever mas me falta tinta, quando vc pinta imagino a cena

Alegria acena,

A tristeza anêmica

Tô a ferro e fogo nessas letras

Fugindo de tretas, vendendo as maletas, sou um kamikaze, pergunte às abelhas

Não importa as telhas, quero que o céu veja

Quero ver estrelas,

E se as nuvens não deixa

Aproveita a deixa

Momento enseja,

Lado escuro da lua, claro, te deseja

Ah mano, que seja,

Pra solidão sou um Dom, se escutarem algum som, me salvem dos moinhos




10 de novembro de 2018

Medeia

A lei da gravidade orbita teu corpo, tão sério, orbito teu corpo
Entre suas pernas, procuro o oxigênio que orbita teu corpo, tão sério, respiro teu corpo
Então suspiro teu corpo, então transpiro teu corpo, leis da física
Experimentamos a primeira, vibramos com a segunda e a blitz vem na terceira
Pena. Pena. Que pena.
Bom...
A força da pena arrebenta as espadas
Atravessei meu cavalo em frente ao teu exército, eles nem eram inimigos
É que eu quero arrancar tua cabeça e ainda conversar contigo
Você atravessa nua a guerra, acaba comigo
No meu ouvido diz que sobreviveu todos meus filmes de terror favoritos
Eu vejo olhares mortos dentro desses teus olhos tão vivos
Um lado da mente implora: me beija - o outro implora que eu corra, perigo
Quando acordo eu já tô amarrado
Armadura quebrada ao lado
O que vc quer com a minha pele?
Vestir minha pele e depois me caçar? Você é louca!
Vc tem várias teorias, um só caos
Voando como pássaros, me alimenta, boca a boca, tirando a roupa, esquece Roma
Semi deuses por afinidade, Baco nos inspeciona, querendo, se emociona
Mas eles não conseguem, então, sei lá
Toma a minha mortalidade, só me faz lembrar


7 de novembro de 2018

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Sol em escorpião, hj acordei picado
Mandei só passar cuspe, me deixou todo chupado
Passo a mão em teus cabelos pedindo permissão
Se cala que eu continuo, gemido não é omissão
Ajeito minha roupa ela pergunta pra que veio
Alternativas são jogar num canto pra vitória ou pra escanteio
A resposta tá espremida entre a língua e o teu seio

Desejos primitivos, perda não tirar uma lasca
Arrepiada entre o ar quente e o encontro com o Alaska
Roupa espalhada na cama, stand para foto
Numa mão tenho um segredo na outra seu pescoço
Será que fode como escreve ou escreve como fode?
Rode o Froid que tu acha, rode, fode, esculacha
Os mano da suruba me deram parabéns
Pediram pra trazer só a cereja, trouxe logo o bolo
As mina da suruba me deram parabéns
Esqueceram de dar cobertura, essa noite fui o consolo
A mentira tem perna curta, então hoje vamos atrasar
A verdade te excita, com calma na fala, falo pra gozar












6 de novembro de 2018

Bushido

Singular, abro a folha


Folha em branco, verso branco, bolha


Palavras não querem se posicionar

São todas soltas, o arroz dos meus versos tá sempre no ponto
Quantas palavras entraram na receita do mundo?

Saímos do mar, minhas lágrimas salgam, sou mar

Imagina só a tristeza do meu oceano

Vivo o fundo por meio de aparelhos

Aparelho sensações, raio x desvenda só esqueleto

E quando eu começo sigo sendo discreto

Eles não me veem substantivo? Sou verbo! Firmo os tempos

A minha eternidade é formada por cada um desses momentos em que
Confundo pontos com vírgulas pra ouvir mais exclamações
Essas manchas no papel leem melhor seu futuro

Tirei a mira a laser assim que comecei a atirar no escuro

Um cego me vendeu um seguro

Saio de casa e só vejo mais muros, não estamos seguros, procuro mais cegos
Tempos de golpe e...

Silêncio cria 
Poetas. Meu seppuku 
Gerará haikais








5 de novembro de 2018

Sambinha

Vem de ciroc, nóis de corote
De lancha com teu rolex, moleques nadam de bote

Perguntou: onde que tu vive? Retire, hoje ninguém vive, reside
E quando nóis fecha a hora do revide?
Eu moro na flecha, a casa é madeirite

Já para a cama! Não, já para a terra
Acharam mais um osso no teu travesseiro
Momentos de tensão, todos em choque
O Choque tem mais amperes do lado de dentro do camburão, sente a tensão

Elementar, tipo Sherlock, não o ensino
Ensino a encontrar verdades nas letras desses livro ao menino
Que tem saciedade, merenda, já ta pedindo
Sua lancheira aí com o que os EUA vem produzindo, ouve o sino

E deixa ele vibrar
Deixa ele virar
Deixa eles se acabar
Como a favela

Sem nome 1 / Impulso

Você é fechada, fachada pros outros,
Ainda tô corpo fechado.
Todos querem ter histórias pra contar, e recontar, ninguém quer ser Forrest Gump
Hoje acordei e quero correr, só correr, você desamarrou o teu cadarço
E penso assim pois nasci em janeiro, e em janeiro, no calendário sou funcionário do ano
É que deixei crescer a minha juba, juba, juba, juba... o mágico não tem só coelho na cartola
Quando anoitece em Paris, sorri e diz: não seja brando
Reparei nas luzes ao perder teu olhar, e ao olhar, recebi tua calcinha, nem me chamo Wando
Capitães ao mar, heróis no mato, esquecemos quem manda, comanda sincera como o desejo
Cê tem outras doses? Cê tem outras vozes? Cê tem outros beijos? No frio dei tanto play, peguei polifonia
Sou o Froid que novo jaz, garota, pois não via sentia luz






Hoje estou me sentindo vivo
Hoje vou ser, brindo com um vinho
Amanhã quem pode saber
Vem de meia taça se quiser beber

Interfonei pra baixo, avisei a recepção
Quero uma boa recepção, atender suas vontades
Tapete vermelho não voa, não serve, não cabe, não deve
Somos investidores do amor. Não são abraços, realeza e seus royalties

Dançando em boates
Valsando. Boa? Bis
Voando, colibris
Dosando o mel, fiz

Vista grossa. Ninguém se empossa
Risca a pólvora, mostra, convém bossa
Ou funk, íris, língua, toca, placa tectônica pelas suas costas
Nem vi, na mesa tem gim e tônica

Não feche os olhos se não quiser perde-los de vista. Começa. Confio.


Vamos escrever juntos nossa utopia
Em que seus olhos sempre estejam aguardando ao final da ponte
Onde meus olhos não se escondam sem nem saber aonde
Perfume amadeirado
Lábios vermelhos, placa avisa
“Trago de volta o gosto
Do pecado em uma noite”







4 de novembro de 2018

Agora você sabe que é pra vc

Seus dedos de moça apimentam e trazem à minha boca todos seus sabores
Os meus, invasivos, se afogam

A pólvora queima tão rápido, baby
Nem deu tempo de beijar tua mão
Sobrou para pensar em vc
E restou entender que
O sereno se esconde do dia
Como tênues cortinas de fumaça escondem as carícias do meu olhar
Eles temem os vampiros, Picasso tentou desenhar, saiu crepúsculo
Não entendem os vampiros, não mordem a eternidade de um momento
E por hj saber a amplidão dos seus abraços,
Deve ter milhões de views, te procuro no lap, tope
Eu só penso no seu lap dance
Poder segurar suas mãos mais um dia me convence
Beijar tua boca, olhar nos olhos, é transe
Você intensificou o gosto na minha erva
Caindo de boca, noite, sou teu sol
Hoje és Pedro, me negue mais três vezes
Três meses, três desses
Filmes de sessão da tarde
Comendo pipoca e um doce
Me fala da sua vida
Eu te acho tão doce, adoro doce
Vc não enjoa? Perdoa eu ter um poquin di abelha
Perdoe vc não ser minha última estrofe
Uma cachoeira é onde vc pertence, menina
Panamá. Caralho, como tu não entendeu a rima?
Quero um dia escrever com vc
Colocamos um alter ego, esquecemos nossos egos, nos fundimos em linhas
Os parágrafos são pausas para nossa respiração
Caetano e Bethânia serão nossos filhos
Línguas não se dão com os dentes, seus lábios são lugar certo
Diz enquanto tu me beija: isso não é correto!
Outra noite e minhas mãos, livres, oprimem outro pescoço
Sua mente não era free, mas ensinei a sentir
Seus olhos falam e eles querem me castigar
Sua mão já saiu, ainda me falta ar


1 de novembro de 2018

Post it

Tu me impulsiona tipo AdSense, sente?
Me dá a caneta, volto ao exercício
Não sei nem se "crush" entra pra Academia, mas te olhei e pensei em repetir a série
Mas ode a tu, gata, dizem, já tá batida
A caneta é uber black, desvio das batidas
Te encontrei, avisem o D2, agora todo dia é desfile na avenida
Mando depois uma foto, cobro o couvert
Prato principal nós sabemos fazer
Caralho, sinto calor mas hoje nem tá quente
Sangue quente, noite fria, por tu não tá perto
Para com a arte, não entendemos
Poetas vem de Marte, minha visão é além do alcance, tô de olho em Vênus
Hoje estou meio cheio de copos
Sem talheres, Hannibal esconde os corpos
Nossos sextos sentidos se tocam, já não estamos mortos
Hoje sorrimos as nossas tragédias
A alegria olhava com inveja
Então senti o chamado
Botei terror, que seja
Rasguei as minhas seis cartas
Escritas nas seis vezes em que te vi
Seis demônios nos meus ombros,
Atrás da rebelada Lilith
Vc conjura suas cartas na mesa
A hora pede, mas tô guardando seu zap
Na regressão, descobri que engatei contigo um romance na primeira
Não consegui nessa segunda encarnação, na terceira quem sabe
Bolsos vazios, guardo espaço pro oxigênio do mundo
Mãos ocupadas. Numa o mundo, noutra a tua foto
Vc ofega, te trago novos ares, segura aqui o mundo
Sua foto me lembra o mundo, então nem me importo





Tirei o pé da fôrma, pensei na forma da água,
Sem grades tive litros de conteúdo
Me sinto livre. Trago imagens à margem,
Nas suas viagens não esqueça essas paisagens que criei a vc, pois assim viajo junto, Van Gogh
São tantas linhas bobas, tantas rimas pobres, mas elas te fazem feliz
Siiim, sim, sim... sim
Te fazem feliz!