11 de fevereiro de 2017

Experimento 3 (O proletariado)

Sucata invade a mente fraca
Numa maquinaria que enferruja no fim do dia
Sem saber sua função, continua batendo estaca

Ao chefe dá bom dia, mesmo menosprezado, inda sorria
Planejamento do próximo mês não incluia ele
Triste fim que ele não via

No fim do mês, seu chefe disse: chama aquele
Era tão impessoal que nem sabia seu nome
Não sei pq o contratei, não sei o que vi nele

Bom, sr., percebi que todo dia o senhor some
Sim, por uma hora, horário de almoço
E presumo que nessa hora o senhor almoce

Sim, pois minha mulher arranja sempre algum osso
Disse a sorrir
Bom, para que vc arrume outro emprego eu até torço

Mas meu senhor, por qual motivo? Não tenho pra onde ir
A maquinaria está chegando
depois de construir tudo isso, terei eu de partir?

Sim, foi bom lhe ter aqui, pq vc está chorando?
Nem carteira assinada tenho
Tinha salário e ainda está reclamando?

Eu percebi que vc trabalha com empenho
E disso não posso fazer reclamação
Mas é que há gente mais qualificada ali de onde venho

Então o que me desqualificou foi simplesmente minha formação
O fim chegou, me encontro olhando um poço
E no livro de história, lá se vai o trabalhador, sem nenhuma menção

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