30 de dezembro de 2018

Jazz Café - Entrada

Ela olha para mim intensamente

Paro não por medo de ter atravessado o sinal o fogo já levantou fumaça e ela me pergunta se tenho

Fogo ela não disse o que queria então finjo saber pois com tanto figurão eu que não quero ser o descolado ou quero não sei mas após eu dizer que tinha até o momento dela chegar ela sorri e diz seu nome não antes de uma pausa dramática que acentua ainda mais meu desconhecimento da necessidade dela ou apenas me dá mais tempo para olhar seus olhos e quanto mais ela Katherine é meu nome fala mais tenho condição de olhar para seus olhos e esse é o primeiro ponto da noite.

Ela umedeceu seus lábios com um Whisky enquanto eu tentava me esconder do barman e sua bandeja com meu Bloody Mary ela me pergunta o que eu ia beber e digo que o garçom prometeu me trazer uma surpresa enquanto ela não parecia nada surpresa com a aproximação do garçom trazendo uma porra de uma maria sangrenta na bandeja mas para surpresa dela e minha calma... ele errou o pedido e me trouxe um Martini. Ele piscou para mim e, desde esse momento, adquiri uma cumplicidade que nunca havíamos criado.

Ele a cumprimenta com um beijo e fico aturdido sem entender por acaso vc não entende o que estou tentando aqui eles conversam algum assunto que finjo não escutar mas que não interessa em nada a vocês já que essa história é sobre mim

Ele sai ela ajeita sua saia que parece ter ganho mais espessura após esse beijo qual é seu nome Diego digo com certa segurança ela se aproxima do meu ouvido e diz Diego vc está cercado

Olha nos meus olhos e sorri. Não entendo como consigo ter algum tipo de calma agora. Espalho meu Martini pela mesa e a taça se esvazia à medida que seu sorriso esvai pergunto onde é o banheiro ela diz que não vou a lugar nenhum encosto na cadeira pego seu copo de Whisky não antes de travar uma luta simbólica sobre a posse da taça dou um gole e lanço vários ao chão daquele Martini da mesa que acabo de arremessar para um dos lados pensei que fossemos amigos garçom mas não sou só eu quem está fazendo hora extra agora

A atitude brusca me deu alguma vantagem, pessoas começam a olhar para nossa mesa. Ela me chama para o banheiro, digo não. Tenho algum controle agora, aqui, ou aqui e agora, nunca pensei qual seria a melhor ordem para um momento como esse. Mas tempo é dinheiro, já a vida: tempo, dinheiro e espaço - e temos de decidir em qual comanda anotaremos o próximo caixão - e óóh, barman, vc sabe que ninguém torce nunca pela casa.

Eles anunciam que irão fechar mas são ainda onze da noite de um feriado de Corpus Christi antes de eu perder pro corpo desse filho da puta desse Judas do outro lado do balcão que levanta uma corrente que estava dentro do bar acho hilário e na minha mente começo a chamá-lo Magic Mike uuhg

Pelas costas. É sempre pelas costas que eles atacam! Eu deveria ter imaginado que esses dois não estariam sozinhos. Tiraram o capuz agora e - sério? Vocês me amarraram nessa cadeira e estão iluminando essa adega podre com um Iphone? Você deveria ao menos ter deixado seu celular no silencioso, as notificações do zap não combinam com essa atmosfera que já não combinava com qualquer tipo de interrogatório e nem com essa capa de gatinho comprada num camelô que teve de correr mais rápido dos policiais por vc querer pechinchar esse lixo até pagar o suficiente para ele quase não obter lucro, mas poder sonhar por mais dois dias contigo retirando essa merda desse seu Iphone dos seios. Maçã, seios. Seu amigo agora começa a me lecionar sobre todos os processos de produção das bebidas. Acho que é isso que os vilões fazem. Assuntos encharcados de subtextos para nos amedrontar. Pode me destilar, Hannibal.

Tudo aqui é tão clichê! Ele usa um bigode enrolado! Só falta ele ter um gato para alisar - aah - aí está.

Chuto que não teremos um poço lotado de crocodilos então qual será a grande ameaça da qual terei de implorar pela minha vida por favor não me decepcionem estou memorizando cada detalhe dessa história e se vcs não a deixarem mais interessante nos próximos dez minutos eu irei


29 de dezembro de 2018

Cartas livres

Alguns escrevem cartas que confundem pessoas.
O sentimento que inicia é verdadeiro, mas sou, também, uma pessoa.
Não coloco endereço, mas sim trilhas
Queria escrever, ela um passo a frente
A trilha toca, troca a trilha?
Pra onde voltar, prometo sempre chegarem cartas sem endereço
Tantas extraviadas entre minha mente e o atrito com cada tecla
Nosso mundo deixará de ser touch?
A tecnologia, tão abstrata perto do concreto intransponível do teu corpo
Ainda assim, cruzo teu olhar e te entendo
Teu olhar para fora, eu, fundo, tão dentro
Me afago em afogos, divido biles passadas
Engasgo em ressacas, mar e sereias balançam
Seu abraço me cobre, ouro algum transmitiria
Tanto valor ou calor a futuras gerações
 E vc me acordou em alguns multiversos
Me dando bom dia
Nos outros, simples
Me beijou
Desligou a luz
Disse: dorme, 
Ainda não é dia.

Toda carta escrita pertence à saudade.
E esse endereço, só consigo te escrever de longe.



19 de dezembro de 2018

Conversa de criança

Você não consegue me atingiiiiir. Dentro do meu casco vc não me alcaaançaaaa!!

Então vou acerta seu casco com toda a força até quebrar para ti tirar de dentro.

Não vai nãããão!! Sou uma tartaruga resgatada pelo IBAMA. Eles colocaru sabi o que?

Um chip, por isso te achei fácil.

Isso num vi pq tava dormindu da sirurgia... Mais agora meu casco é todo feito de titânio, pq é isso que eles fazem!

E esse casco não deteriora?

Depois de mil anos.

E vc vai morrer dentro desse casco?

Depois de mil anos...

Tá, ent...

Talves! É, talves depois de mil anos. E até lá vc já vai ter morrido!

Eu sou um vampiro.

E vampiro vive muito igual tataruga?

Bebendo sangue, sim.

O meu que não vai ser. *entra no casco*

Tá, então eu vou entrá aí dentro virandu um morssego bem pequenininho.

Não vaaai, fechei a janela.

É veneziana?

É!

Saco...

E estoquei augas aqui então poço ficar um booooom teeempo...

Será que vc aguenta tanto tempo sozinho? Vou embora.

Até mais, senhor morcegu.
...
...
...
Morcego? *coloca a cabeça pra fora, sente uma mordida e volta* - Eu não deveria ter confiado em vc!

Achei que teria esquecido de mim depois de tantos anos.

Tenho memória de tartaruga.

É memória de elefante que fala.

Fazemos nossas anotações!

Tá, eu desisto!

Não confio em vc...

Eu nem tenho mais agilidade pra te pegar. Vamos, venha para fora.

Vai pra longe e faz barulho de vampiro.

Longe quanto?

2 metros.

Quanto é dois metros?

O tamanho do meu pai.

Tá. Qual o barulho que vampiro faz?

Também não sei... bate as asas!

*bate as asas* - Pronto. Viu? Estou longe. vc pode sair agora.

Nossa... como vc está velho, menor e engraçado agora. Há anos atrás eu ainda tinha tanto medo de vc!

E você continua como quando nascemos... todo o sangue que suguei não me deixou um dia mais novo...


18 de dezembro de 2018

Balada

Quando disse: Estou morto
É pq eu vivi
Só pra dizer a ti...
Que morri…
Tente me entender...
Tente entender o que restou...
Tiros de alerta
Para o alto
Corre sumo do amor
Devagar, por baixo
No asfalto quente
Um beijo frio
Esquece língua
Conversa afiada
Cortou, navalha ácida
Falo a língua dos anjos
Poso na fonte de mim mesmo
Deságuo e me desfaço
Abaixo do seu, tão alto
Acima do meu nariz
Seco e seco
Sem razão de ser
Sei que nada há de ter
Então me colhe e tome
Como quem aprecia
Um bom café 

13 de dezembro de 2018

Autoestima

Eu tô semeando pre-tas le-tras
Alinho linhas que aliem, não aliciem, ali vem mais um usuário
Ex usuário, agora alinha sua vida, cheira às flores do poeta
Cumpri a meta...
Com a narina aberta pelos suspiros, não de tiros, mas de frios
Borboletas em alerta como a Cidade, mas não por armas, sim ouvidos
Não chamem mais aviãozinho, os moleque voam como cu-pi-dos, voos mais compridos
Eu como cu-pi-dos, voo aos deu-ses, bençãos e sor-ri-sos,
Cronos congela o Tempo pois Prometeu replantar Narcisos, explico
Eles não entenderam o que é racismo a-in-da
Autoestima é esquecer o padrão, se achar lin-da
Eles olhando para os céus aguardando A Vin-da
Somos donos de tudo o que tu vê, nós somos Sim-ba
Então ca-rim-ba
Meu passaporte, a pele não dá
Temos livros de história, melhor não marcá
Queimem os livros, teremos atabaques pra contar
Nos queimem vivos, voltamos ratos caçando gatos, somos rá-tá-tá
Tá? Sem nada pra falar, plante silêncio
Pareçam sábios ao calar, melhor colher o que dá pra adubar
O escutar,
Era de Ícaros alcançando píncaros, lençóis da noite a os derrubar
Como o sol, todos têm seu dia pra brilhar


Mas eles brilham tão sós, sóis de um universo destinado a queimar

11 de dezembro de 2018

Abs e tratos


Tenho sido esquivo
Tem descido o escriba
Logo cedo, teço o tecido
Que a vida tece comigo
Desvio,
Convivo com dias que 
Caem em meses
Sempre mais
Exíguos 
Quer ter voz, engole mais ar
Sommelier de sapos
Se bom ar não há,
Bem, bolar, não dá
O que sobra é sol, lombo, chicote
Ovo estralado
Choca, com sorte
Oco, febre e silêncio
Nove meses tomando soco ou sangue
Escrevo pra ser lembrado
Escondo, sou procurado
Escombro, morro tombado
Encontro, sou perdoado
Desmonto, monto, remonto
Mas não defino - se não, definho - meu estado
Beba todo meu concreto,
Coma toda minha ausência
Sente o frio? Não tenho mais sentido.
Avisa lá que rimo só quando quero
A sinfonia que fiz ja não quer dizer mais nada
Todos os sonetos do mundo nasceram mortos
Montei uma cidade só de poetas
Entramos em guerra
Queimávamos peles para aquecer versos
Sangrávamos tinta
Selávamos mundos com palavras fúteis
Mensageiros siderais, griots sem estórias
Eu tava la quando acabaram com a vida no meu planeta
Atenção: Devido à abstração do escritor
- Silêncio, por favor
Aqui encerraremos esse texto
- Ae, menor, faz o corre pra nois.
Peço desculpas
- Também te amo, Marta
Por qualquer confusão que
- Também te amo, Marta
Possa ter cau
- Também te amo, Marta
sado. Peço que se retirem com cuidado
- Também
E sigam para outros textos
- O que?
Esse será apagado assim que encontrarmos
- Amor. Te... Marta...
O responsável e sua senha
- O novo shampoo bardier frulis irá
Uma boa noite e
- Olha a bala. Mentos. Mentos. Quem vai querer?
façam uma ultima refeição
- No episódio de hj, nosso casal de pombinhos continua vivendo feliz EM ARUBA
antes de amar
- Marta? Afogaram seu personagem.


8 de dezembro de 2018

Shady

And next season i'm out of your crew

Ow, so true

Also new:

The creator of the family started a feud

No contract being renewed

No contact tween me and you

Look at Disney Castle's walls, see only photos of you

Like you posing at the booth

Hide, i’m talking at the booth

The diference between both?

U talk like a parrot, atc like a mouse, and i'm a GOAT

But this boat has drown in a pool with so many other mouses. Causes?

I have a cirurgic view, fool, now any of u could call me Doctor House

Your mistake in this movie do not deserve any pause

Do not have a rewind button, but, aahn, moving on

You holding, bounding, biting your teeth

Cause u see, that I’m all you need, i'm all you need

You think u planted a seed. Your will? Not even stronger than weed

They not blink looking at your life and your feed

I think that’s why their brains are starving

I found this sword and I swore for God, in this part i'm not lying

That if i get it out of this rock, in your heart i'm fucking carving

Tempos líquidos

Antecipo todo meu futuro

Vivo passados como se fosse o hoje


O vento já não me conduz



O vento sou eu




Mas não sou só





Sou o vento, e o barulho me acompanha






Sibilo folhas, engravido perfumes para parir paixões. Levo sussurros para partir paixões.







Eu sopro respostas para perguntas não feitas








Lavo marés, mas a lua quem brilha









Sou habitante de todas as ilhas








Sou bem vindo no verão







Sou banido no inverno






Me visto de primavera





Alcanço o céu




Balanço o inferno



Balanço a criança


Que juntou as letras dessas folhas,

E as            s        o                        p                   r                            o                         u

6 de dezembro de 2018

Profissão perigo


Acordo cedo, beijo minha filha, sua trilha é lalaland
Preparo as peça, quebra-cabeça é meu trabalho, Sofia vendo, eu vendo
Aqui não tem história feliz, aumento o volume, a vendo
E havendo oportunidade futuramente a cego com um Nintendo
A vida é um jogo, as peças substituíveis
Minha vida é um toco torto, derrubaram se achando os incríveis
Saio de casa, periferia, e quem diria
Carros abertos aos trancos, mas minha casa eu tranco
Desculpa filha ter te dado esses muros, mas é o meu trampo
A peste segue negra pelas ruas, disfarçada de sarampo
E as vacina seguem pelas ruas, ineficazes
Fazem chacina, mata os coringa, mas nunca os azes
Mídia assassina nem vê a morte, já quer que a vele
Quantas vez mais vamo fazer rima da cor da Marielle?
Vc tá cansado, nasço exausto, enclaustro se aproxima
Fico parado, não dou um passo em falso as três da matina
E aí ouço a matilha, do inferno a quadrilha
São Cérberos, sem cérebros, célebres os demônios do Padilha
Sem opção, não preciso perguntar aos universitários
Eles se arriscariam, não se juntam à força de trabalho
Me rendo, arrendo tudo o que eu tinha em mãos
O que eu rendi, hj não me livra da prisão
Eles apontam dedos que nunca viram a ida dos anéis
Aqui tá decidido e seguimos nossos papéis
Perguntam quanto é a renda da boca, o olho até brilha
Digo que não tô cadastrando ninguém no bolsa quadrilha
Ele abre a mão, acerta o meu parceiro
Eu sem munição, ah se eu tivesse sido mais ligeiro
Eu ofereço o malote sem nem mesmo olhar
A vida não tem preço, a sua ainda vamo considerar
Placar: ta 0 a 0
Plaquê: esquece os Guimê
Radar: tá cinco estrelas
Rodar: Só se for vc
Me sinto clichê, abandono o guichê
Me lembro dela,
Filha a luz hj não se vai, fé no pai
Hoje esse preto não cai,
Então sebo nas canela
Nois sobe o meio fio, bato um fio pros irmão, eles corta
Maldita hora que esses verme me queria adubando sua horta
Dou o sinal, nois se divide, mano tenho um plano
Guerreiro urbano! Venci a vida, chega no mano a mano
Ele pega na arma, mal sabe que sou seu karma
E com a calma da alma, desafio tua bala
E por um segundo, um segundo ganhou valor
O click bateu da arma pra minha mente, e o Van Damme Bashô
Se o seu cano falhou, começa sua oração
Nesse segundo só vi minha filha. Jesus perdoa? Aaaah, eu não
Você com a arma na mão
Eu só com ódio nas mãos,
Eu só, minha vida nas mãos
Deixo o formato em seu rosto
Atordoado vc cambaleia
Sou tua baleia azul, da sul
Raivoso, tipo pitbull
Seu colete a prova de bala
Colou só pra fazer sala
Sente o ritmo que exala
Marighella que teu açoite não cala
Militar pra militar
Arranco a tua patente
E soco dente por dente
Só paro na tua frente
Ao ouvir o grito urgente
- PAAAAAAAAI!!
Era a voz da minha filha...

30 de novembro de 2018

2018 A.C

Onde há fumaça, há fogo, e a brasa abrasa, me consome de novo
Coisas que fazem parte do jogo, parte do jogo
Parte, dá parte, faz parte, o aparte é do jogo... e tudo é azar
Tantos degraus, não quero pisar
Tanto calor, não quero ficar
Quero gerar. Juntar o teu sangue
A bolsa estoura, parimos gigantes
Fogueira das vaidades, nascemos puros
Me corrompeu, nem vi, tava escuro
Suspiros doces em embalagens adultas
Divide hoje comigo, baby, a culpa
Depois nós prestamos as contas
Uma conta do terço pra cada culpa
O céu virou uma catapulta
Escuta!
...
E agora para pra sentir.
O plano conseguimos definir
A outros planos, gozo introduzir
Seguindo a viagem astral, sigo o seu mapa, normal
Acharam que tudo estava nas suas impressões
Mas,
Alma não tem biometria
O relógio batia,
A sua cara enquanto batia
Só pq pedia, hááá
Dorme comigo, esquece o bom dia...
Nada em você hj me deixa sem graça
Cê faz umas graça
E se eu rio, palhaça
Diz que eu tenho riso frouxo
Mas aí que eu te mostro
Cryptonita me excita, masoquista, vibro se encosto
Vamos quebrar mais um encosto, Davi derruba o monstro
A sanidade não dá sentido ao que sinto, logo fui deposto
Eleito, deito no leito, teu jeito, peito feito de oportunidades
Afoito com a maldade do mundo e com teu sorriso
Apóio a claquete prum take mais preciso
Foram Monalisas na infância que inventaram seu sorriso, aaah
A fumaça trás seu sorriso mais bobo
Olhei por trás, a fumaça derrubou barreiras
Se vc pudesse entender o seu olhar...
Entenderia pq amo segundas-feiras.
Entenderia o que sinto quando te chupo
Entenderia o slogan ser dulce gusto
Entenderia que estar com vc não é nenhum custo
Entenderia que dormir contigo é o sono dos justos

Achei a solução dos meus problemas na sua composição
Te descubro fora da caixa, o embrulho em modo avião
Quero vc em braile, cansei de só ler teus olhos
Gritar é coisa tão fácil, quero ser ouvido em libras
E que até o interprete sinta essa emoção
Que até o dr. Fantástico se engane com essa ilusão
Que é olhar no espelho e...
Se apaixonar por teu reflexo!

Eu tô olhando o futuro no espelho desse presente
Prevendo o futuro nessas fotos do passado
Ousando dar pulos em novos patamares
Pecando em permanecer em velhos, hábitos
O hábito de acordar o deus que me habita
No cassino que ele montou hj ninguém mais vence
É que nossos deuses se cansaram dos jogos de azar
Cê virou sócia, a casa tá ganha: vende

28 de novembro de 2018

Castelo de cartas

Você tá aqui pra brigar, eu tô aqui pra salvar sua autoestima, aaah
Golpeia aqui, faz sangrar, jorra o sangue da tua retina, aaah
Rotina, ver você criando seus monstros
Azul piscina era o dia, agora eu só vejo monstros
Monstros! Esvazia a banheira pra limpar
E esquece agora esse lugar, esquece, é um não-lugar
Lugar de fala, a sua é uma bala
Toda noite me perfura após adoçar minha boca
Já perdi todos meus dentes, temo sorrir com você
Temor sem saber, trêmulo, tento entender, tenor, grave pra te ensurdecer
Sem emudecer, a garganta com a faca agora é a sua
Você sabe que não me amarro, baby, me sinto nas cordas
Agarrada à porta, vc não se suporta
O balde de água fria esquentou
Jogou na minha cara, acordou
Deu falhas piores, nunca fiz cobrança
Troco vem, quer em razão ou em esperança?
Nã, nã
Tá precisando de razão.
Confundiram meu instinto, criaram seu assassino
Confundiram minha reação, me pegaram lá fora sorrindo
Parabéns pela piada? Obrigado, cê é o motivo da risada

Fãs de rap são chatos

Quem é melhor?
O que rebola ao vivo?
Quem é que sofre o crivo?
O que fala de depressão?
Se mata ao vivo!
Me cansa
Melhor disco do ano?
Me cansa
Caralho, espera o fim, criança
Me cansa
Descansa
Espera um pouco
Se impressionar pq meteu linhas de soco
Sufoco
Pra qualquer um que saia do modelo
Escreve, escreve, escreve
Pra se foder nas bocas, no pelo
Por jovens que sempre caem no mkt, apelo
Mcs com uma puta entrega, mas que não têm selo
Não vai ao show, não entende o som, esquece o dom
De calar
Espaço pro som? No nada, lá há,
Mentes vazias, como se propagar?
Ouvintes astronautas, odisseia sem estreia, melopeia
Gostei, grudou feito geleia
Caralho como eu fico puto quando te escuto
É falho seu culto, refuto, pra dar amor?
Um puto



27 de novembro de 2018

O mais próximo do céu


Diz gostar dos drão, esquece do lá
O fá cê nem ouve do seu condomínio

No corre do pó
As faxineira aqui não explana
Mente em parafuso deu uma espanada

Meus direitos são fachada
Sua mente embaixada, tipo Tel Aviv, fechada
Preparando coquetéis pra vinda das granada
Ovelha desgarrada. Qual é a cor?

Vocês em Gramado, nóis só nos gramado
Quem foi programado?

Só,

Pó,

Tó,

Pela folha branca cês seguem as linhas
Me siga para encontrar a linha dos tiros

Reconstituição, mano, morri duas vezes
Único preso é meu corpo
E o caixão trancaram mais de três vezes

Prometeram à minha mãe que eu teria sossego no céu
Já que a Terra é promoter do inferno
Doaram cobertas pra tentar aquecer seu coração
Não viram o verão ou que a rima termina no inverno

Triste, sem cor, flores mortas, paisagens
E nem isso em vida vivi...



14 de novembro de 2018

Calvário

Preciso fugir um pouco de mim
Eu tô cansado de mim, simples assim
A vida aplaca meu conceito de fim, enfim
Olhando de fora nem deve ser assim tão ruim

Quando o sentimento ruim é interno
Quando o batimento culmina com o inferno
Quando a lembrança te traz nojo
Hoje pintei a cerâmica sem nem estojo
Aí lembrei de tantos sorrisos que já tirei
Foi quando conversei com deus, ou algo assim
Algo me disse que eu tô salvo
Eu disse que não, não tô: Salvo!
Mil à esquerda, dez mil a direita
E eu sentindo cada hit
São: onze, onze, onze, mil anjos e demônios me chamando para um feat
Que os sons na caixa não te irritem enquanto nos perguntamos: Estará ele vivo?
E hoje sou o número um, uno, único
É! Por isso meu tamanho não te serve
Pôr isso na sua boca só traria desgosto
Já eu envelheci tão bem. Carvalho me transformou num monstro
Liberei a minha sombra, sinto outros gostos
Memória anda pesada, corto outros rostos
Julieta nesse filme está gravida
Por isso gritaram que Romeu tem que morrer
E sei lá, ainda tô quente
Preciso de alguém que me reinvente
Não passe a mão ou pente se não for fino
Agulhas penetrando, tô me destruindo
Pedaços de seda, tô me enforcando
E as rosas tão me agredindo
Sinto muito não há futuro, tô só regredindo
Sombras na caverna e então acordo caindo





12 de novembro de 2018

Dia 1

O sol abriu hj para todo oficial trilhar seu rumo e se tornar o amanhã esquecido

Orai, la vem a milícia
Descendo morro adentro
Tira morador de dentro
Traz mais vela para o centro

Não, nunca fui abordado. Sim, nunca quis ancorar. Há tantas violências, levei à promotoria. Examinaram o caso, nada eles entenderam, nós realmente somos tão complicados.

Eu vi claramente um tiro, policia surda ao disparo
Miliciano se esconde no código de barras, só assim pra estar atrás das grades

Sou o rato que causa dor ao elefante
Sou o farelo molhado ao secar o pão
Minha letra é la do norte e a batida é racista
Sou o roteiro trabalhado na não ficção

Te daria uma aula de etiqueta, mas cortei minhas etiquetas. Então joga fora, só cuidado! Não pisa na etiqueta!!
















Cocaína


Queria escrever mas me falta tinta, quando vc pinta imagino a cena

Alegria acena,

A tristeza anêmica

Tô a ferro e fogo nessas letras

Fugindo de tretas, vendendo as maletas, sou um kamikaze, pergunte às abelhas

Não importa as telhas, quero que o céu veja

Quero ver estrelas,

E se as nuvens não deixa

Aproveita a deixa

Momento enseja,

Lado escuro da lua, claro, te deseja

Ah mano, que seja,

Pra solidão sou um Dom, se escutarem algum som, me salvem dos moinhos




10 de novembro de 2018

Medeia

A lei da gravidade orbita teu corpo, tão sério, orbito teu corpo
Entre suas pernas, procuro o oxigênio que orbita teu corpo, tão sério, respiro teu corpo
Então suspiro teu corpo, então transpiro teu corpo, leis da física
Experimentamos a primeira, vibramos com a segunda e a blitz vem na terceira
Pena. Pena. Que pena.
Bom...
A força da pena arrebenta as espadas
Atravessei meu cavalo em frente ao teu exército, eles nem eram inimigos
É que eu quero arrancar tua cabeça e ainda conversar contigo
Você atravessa nua a guerra, acaba comigo
No meu ouvido diz que sobreviveu todos meus filmes de terror favoritos
Eu vejo olhares mortos dentro desses teus olhos tão vivos
Um lado da mente implora: me beija - o outro implora que eu corra, perigo
Quando acordo eu já tô amarrado
Armadura quebrada ao lado
O que vc quer com a minha pele?
Vestir minha pele e depois me caçar? Você é louca!
Vc tem várias teorias, um só caos
Voando como pássaros, me alimenta, boca a boca, tirando a roupa, esquece Roma
Semi deuses por afinidade, Baco nos inspeciona, querendo, se emociona
Mas eles não conseguem, então, sei lá
Toma a minha mortalidade, só me faz lembrar


7 de novembro de 2018

Acesso restrito. Digite a senha de 4 dígitos

Sol em escorpião, hj acordei picado
Mandei só passar cuspe, me deixou todo chupado
Passo a mão em teus cabelos pedindo permissão
Se cala que eu continuo, gemido não é omissão
Ajeito minha roupa ela pergunta pra que veio
Alternativas são jogar num canto pra vitória ou pra escanteio
A resposta tá espremida entre a língua e o teu seio

Desejos primitivos, perda não tirar uma lasca
Arrepiada entre o ar quente e o encontro com o Alaska
Roupa espalhada na cama, stand para foto
Numa mão tenho um segredo na outra seu pescoço
Será que fode como escreve ou escreve como fode?
Rode o Froid que tu acha, rode, fode, esculacha
Os mano da suruba me deram parabéns
Pediram pra trazer só a cereja, trouxe logo o bolo
As mina da suruba me deram parabéns
Esqueceram de dar cobertura, essa noite fui o consolo
A mentira tem perna curta, então hoje vamos atrasar
A verdade te excita, com calma na fala, falo pra gozar












6 de novembro de 2018

Bushido

Singular, abro a folha


Folha em branco, verso branco, bolha


Palavras não querem se posicionar

São todas soltas, o arroz dos meus versos tá sempre no ponto
Quantas palavras entraram na receita do mundo?

Saímos do mar, minhas lágrimas salgam, sou mar

Imagina só a tristeza do meu oceano

Vivo o fundo por meio de aparelhos

Aparelho sensações, raio x desvenda só esqueleto

E quando eu começo sigo sendo discreto

Eles não me veem substantivo? Sou verbo! Firmo os tempos

A minha eternidade é formada por cada um desses momentos em que
Confundo pontos com vírgulas pra ouvir mais exclamações
Essas manchas no papel leem melhor seu futuro

Tirei a mira a laser assim que comecei a atirar no escuro

Um cego me vendeu um seguro

Saio de casa e só vejo mais muros, não estamos seguros, procuro mais cegos
Tempos de golpe e...

Silêncio cria 
Poetas. Meu seppuku 
Gerará haikais