4 de maio de 2018

Detox

 Eu abandonei o vício pois foi criada uma necessidade que por muito só me diluia. Era rotina, reinvenção de palavras, um eco que por bocas diferentes ecoava. Por vezes me saciava, mais me desgastava, eu via o que era criado e só sentia um vazio virtualizado. Embasado por o que? Pra que? Misturando Hamlet e Sócrates eu digo:
Ser?
Nada sei.

Deixei a segurança que me davam suas palavras,
Eu já não falava mais seu vocabulário,
Tornado ermitão nessa selva de pedra,
Me privando senti que não deixaria mais minha sorte aos dados.
Deixando de ser um número, o que me torno? Um ponto de interrogação que vive em vc na forma de interpretação. Esquecendo os números de reconhecimento o que me torno? Imaculado.

É tanta informação que vc cai numa caixa,
Cuidado pra não cair na das maças podres,
Não se espante de se encontrar com um verme,
Demônio ideológico que habita sua casca.
Casca e não pele, um apedrejamento acaba com seu "real" criado. Não quero acabar com a sua felicidade. Ainda me coloco não para ser visto, mas para respirar meu mundo.

Respirei e senti o frio. Eu suguei o frio. Eu me tornei o frio e hipotermias aqueceram meu ânimo. Agora entre eu e vc há um gelo, não quebre. Deixe o calor da verdade de nossos olhos derreter essa guerra fria.
Percebi pq de fora a montanha congelada é tão linda: seu movimento interno. Eu agora aprecio o amanhecer longe de vcs pois perto de Zaratustra e do gelo enxergo todas as colorações de minha aurora boreal.

Será isso doença? Século vinte um e estamos tão conectados... Mas a que? Mas a quem? Mas amém!! Que suas mãos sejam cortadas enquanto seu "rezar" esteja em caracteres.
Minha arma está carregada então. E a munição pode ser reutilizada: o primeiro morre com o impacto, o segundo pelo pacto que fiz usando o sangue do primeiro. Quem terá mais fé em suas palavras?

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