28 de maio de 2018

Inveja

Sinto ira, os desprezo
Não consigo sentir uma nota de compaixão
Tenho bilhões de motivos para os odiar
Um deles: meu bolso

Metaforicamente, pois o dinheiro que eles roubam
Que antes na cueca, agora não cabendo mais um pau
Se coloca em apartamentos vazios
Seria a Roda da Fortuna do MST
Com caixas 2,3,4... ufa, perdi a conta
Pode trazer todos os desaforos pra minha casa
Animais em papel abafam o som da fauna e flora que se tornam utopia
Meu nome? Capital, Centro do mundo!!

Droga... vou começar de novo. Desculpem. Me deem mais uma chance. Realmente admiro pessoas mais objetivas. Teriam mais facilidade em fazer esse texto. Meu, eu sei o tema: Inveja. Ok, vamos lá.

Olha bem para os meus olhos, Iago
Sua cor? Castanhos
Toca minha pele, Iago.
A mão não, ela já foi lida
Negra, preta, noite, fim... da vida
Minha pele é catraca da noite... oi... minha pele é catraca da noite... oooi
Não te culpo, mas ai se eu pudesse um dia...
Passear cinco minutos em tua liberdade
Aaai, cinco minutos... uma vida de saudade
Monstro de olhos verdes, espelho meu, me arranca
Essa pele, mas me deixe essa inveja... é branca...

Não... será que hoje não saio do esboço? Quem nunca teve inveja de algo? A linha que separa inveja de admiração se destrói em sofrimento. Cura em amor. Mas quem hoje tem amor para dar?

Aaah noite.
Lua que banha de mistério meus ângulos
Luzes que enfeitam a cidade
E sombras que preenchem-me... de medo
Demolidor, o homem sem medo, cego
Eu enxergo tudo, menos intenções
Nesse jogo de bater pernas, cruzar olhares
Meu mapa de calor atravessou tantas ruas, com tanta pressa...
Mas eu nem vi, atravessei a rua de cabeça baixa
Infringi leis, nem fugi pela faixa,
Mas é Gaza a rota diária pra casa
Segurança me passa andar com o Phil, o Bill, um tio...
Medo de, sem ninguém, ser abordada no meio fio
Fio da paciência esgotando
Fio que não conectou à tua lábia
Fio que vc diz ter a menos em minhas roupas
Fio, fio, fio, fio... CHEGAA...
Chega... só... chega...
Demolidor, o homem sem medo, cego
Eu enxergo tudo... Menos intenções...

Napoleão Bonaparte dizia que "a inveja é um atestado de inferioridade". Será mesmo?

Jorrei minha alma nesse blues.
Naveguei vivências de difícil acesso
Suportei tantos e tantos nãos
Minhas letras, meu manifesto
Estudei Drummond, Vinicius, Pessoa,
Cecília, Shakespeare, Neruda,
Camões, Andrade, Florbela,
 Hilda, Assis, Baudelaire
Pra vcs tchê tchererê tchê tchê? AAAH VÃO TOMAR NO **...

Aah, sei lá, deixa quieto. Pecados pra mim são mais fáceis de fazer do que descrever. Não consegui escrever nada forte para encerrar esse texto. Então encerro com uma definição que encontrei na internet:

“A inveja é como beber veneno e esperar que a outra pessoa morra”.
- Carrie Fischer

Ps: EU teria escrito essa frase facinho, mas ela nasceu primeiro...
Pps: Não existe "inveja branca".



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