30 de março de 2020

Destino

Preso às suas presas, veneno incensa minha boca
Em sua língua sinto gosto de coca
Em minha língua, substantivo cansaço
Nossas línguas abraçam, não marcam, como marca-passo
Em outras línguas, OMS me grita OMG
Mas essa pandemia é meu vício
Tudo em demasia é indício, disse o doutor
Mas esse efeito não encontrei nos livros, não tem antídoto
Apegado a pegar sintomas vivos, imunidade baixa, remédios frívolos
Placebos. Percebo não matarem o vírus
Matam vontades eternas, sedento como Drácula, cedo suspiros
Me cedem estacas para sedar, mas como exterminar ideias?
Mudo tanto, sou coletivo e coletiva de lobos assediando uma lua nua
Atravessando o espaço com metas, como cometas, vomito estrelas cruas
UHA
Minha embaixada é o sol, minha pousada é em Vênus. Qual a via para ir a Marte? (piegas para caralho...)
COMO ESCALAR O EVEREST PRA SE PROVAR
É no pico da sua mente o maior teste a tomar
Tenho dos pés à cabeça frio, calafrios de falta de atitude a me controlar
Em meu ataúde serei só mais um nome guardado onde falta ar
Já não consigo calar esse núcleo a disparar essa batucada
Tentei o tudo ou nada, quem já foi degrau cansa de ser escada, desço
Na barca pago o preço, deixo de mim um terço e rezas para a terra
Chego ao portão e digo à morte: espera
Jogo uma semente, como outras germinadas na história
Sem sentir, sinto que sensações não são histeria, guardo na minha memória
Cresce uma árvore marcada pelas minhas lembranças, dias de luta e glória
Tomem o veneno novamente, Romeus. Pois entre ser ou não ser, escolham seu próprio destino









21 de março de 2020

Texto colaborativo sem fim onde vcs podem fazer sugestões sobre mais linhas

Mano, e essa mina já manda logo um recado
Sinapses correm na mente, acordam algum diabo
Com tesão pelo rebolado e o jeito como ela chama
Na cama, meu nome geme, na vida, diz que me ama
Foi por sarrar essa rainha que eu me tornei realeza
Achou blefe te pedir seis, joguei as coringa na mesa
Me chupa tão a vontade, me solto, deito nas nuvens
Na ponta da língua sinto o tempo, tira a roupa ou vai ficar molhada
Seus seios tem uns bons imãs, minha cara, só pau e prego
Me deixa de queixo caído, me move igual magneto
E ti em quadro nessa parede, a broca vai aquecendo
Na casa aquele barulho, puts, hoje não vejo broxa
E observando seu quadro, sou pau pra toda obra
Cada manobra que fizemos para pintar esse set
Ofegantes, conseguimos alcançar nesse point
Cavalete, quatro apoios, por cima correm 300 cavalo, pai é Dali do
Morro que rouba uns mecenas, taí uns falido
Essa rima é pros fudido que vem d'internet
Papo de conexão na velocidade ilimitada
Meu hardware lavou tá novo, atividade nunca trava
Me guarda em seu hard disk, quiser memórias mais hard, pisque
Tipo red bull, o seu corpo nu, me faz voar pra casa












16 de março de 2020

Aos cuidados dos que estão perdidos

Linhas em branco fazem eu me esquecer, mas...
Eles dizem que o quarto tem paredes
Com paredes cheias de ouvidos
Sua cabeça, filhx é tão dura
Conka é albúm pra ser sentido
Vivo, com a ciência a tira colo
Me libero ao solo, com as quatro, deito e rolo
Vinte, me dou conta. Tu tinha razão
Antes das Genis, Fridas do coração
Conselhos gentis, condiz-em com a cor dos seus olhos
É como descer mais dez em meio ao pôr-do-sol
Dóls, Rolls, royce, tão forró, tão feroz
Nado nas ondas da tua voz, antes mesmo e no após
Todos veem, combinamos como dominós
Já não te tenho na visão, e a impressão
Quero em 3D de lhe ter no colo
Não imploro, sigo, logo ligo
Me tira de casa?
No seu suspiro, mal respiro, coração já dispara
Cê tá com cara, mas de mim cê tá sem vontade
Tá aqui pela metade, zero novidades
Acompanho sua vida como assistia Chaves
Mas me sinto o Godínez
Te abraço como numa despedida em Acapulco
Parte de mim não volta, o corpo é sepulcro
E é muito louco ser louco, pois quando mudo
É o momento que consigo escrever tão surdo
Tão burro, tão cego, nego a realidade
Never wins, Luiz Lins, então tô bem de verdade
Sobrecarrego de peso, gero instabilidade
Peso o sol com a peneira, guardo todo em meu vaso
E se abrirem, lá dentro a esperança é o que trago
Não de afago, afogo tudo em beijo molhado
No selo do envelope endereçado
A quem meu destino hoje tem traçado
Sim, sou remetente e destinatário deste relato dado
Sinto saudade, como uma casa assombrada, tenho me abandonado...




10 de março de 2020

**l******m*****

Você é o mal que mais me acalma
É trabalho de Sisifo na reta
É autêntica por si, a moral alheia não lhe interessa
És selvagem em meio às ovelhas e rasga seus ternos de lã
Mas, tua presença metafisica exige um pagamento
Como em qualquer filme sobre pactos
Você exige minha alma
E o que me oferta é compaixão
Diz ter passado já por isso
E então sabe consertar minhas asas
Vida, não deixes digitais em minhas penas
Morte, prazer! Te mostro os aposentos:
- A parte de baixo permanece nova
Pois víamos os furacões pela janela mas só ficávamos de olho
A ala central teve alguns vazamentos e tecidos destruídos
E por isso já estamos esvaziando tudo e deixar só o necessário à estrutura
A parte de cima fizemos alguns consertos
Mas vira e mexe
Tudo ali é pintado em tinta fresca e a qualquer momento
Sozinho o quadro pode se borrar todo
Como... como se uma imagem feliz viesse a tornar-se pântano
E você sabe quanta energia é necessária para se livrar de um pântano?
Eu não cheguei aos 30 mas já me sinto velho
Que volta à juventude ao lado de rapazes, mas sozinho envelheço ainda mais rápido
A naftalina já passou da casa para meu corpo
Três cápsulas pela manhã em jejum
Nenhum médico me receitou essa medicação
E por isso eu me receitei hehehe
Sou o mais velho daqui de dentro, meu senhor
E eu lembro os tempo áureo daqui da área
O tempo em que os sino badalava mais descompassado
Mais ráápido
Eta tempo bom! Os filme que passava lá na central era só comédia romântica
Daí nois comecemo a viver foi uma
Tu acredita que até *i**e* tava saindo aos poucos lá de dentro?
Quando a cidade viu, ficou todo mundo olhando
Mas o menino logo se assustou e voltou pra dentro
Pareceu só um tantinho do rosto assim
Não que a moça tivesse o assustado
Ela era boa
Ele que era assustado mesmo. O menino tem uma espécie de trauma, cacareco de coisa com o pai dele
Que faz ele se julga muito e ter uma restrição mental quando se imagina perto do erro
O menino é meio lerdin sim hehehe é verdade
Mas grande parte da culpa é o Seu M**, é o zelador
Ele que passa essas ideia rígida pro pobre menino, coitado
Bom, acho que das coisa aqui de dentro isso é tudo
Té logo! -
Se aceitar, Morte, o que lhe oferto
Peço apenas viagem em barca calma
Agitado já me farta o rio dos vivos
Meu corpo já vem marejado do asfalto
Aperto sua mão e seus dedos se enchem de carne
Teu rosto, teu corpo
O abraço
Nos desejo um eterno até amanhã

Love you por tempos, horas, cegundos

Dançando feito cowboys, a sós, canção, lençóis
Lavamos a roupa de cama juntos
A fantasia vira escape do enclausuramento
A solidão por dentro
(voz distorcida) A sanidade é um veneno
Dentro e fora do teu corpo a todo tempo
Ao mesmo tempo, concentro,  na vanidade sou pleno
O inferno são os outros, são vários, ovários de traumas
Criadores de conceitos assassinos de almas
Débeis humanos, é imoral
Na moral, há um mural entre a imagem mental
Que cês fazem ao se acharem deuses
Nesses panteões até Shiva era amoral
Deles sinto uma gravidade que me achata
Comprime e incharca
Minha mente ao contrário seca
Olhos me secam, sirenes me encantam
E cantam o caminho secreto pra Hamelin
Pronde vamos ao ramelar
Conhece-te a ti mesmo nessa solitária
Cidade de cimento sem cores, vejo cinzas pra todos os lados
Sinal que há então várias bagas
Sinal que rola vários bagos
Extorsão é o sinal que ambos os lados nos ladram
Mas o que morde é ser o mais observado
(Sussuro) Observado
Não são olhos amigos, eles já não nos têm cuidado
(Sussuro) Eles tomam cuidado
E tudo isso enquanto estou dentro, lamento, baby
Só toco a luz de seus olhos ao atravessar meu labirinto mental
De luz apagada, natural. Quantas noites: tudo igual
Conto os dias pelas vezes sentado debaixo do chuveiro
Modo inverno
(sussuro) Estação: Coração
O calor nessa água me lembra o seu corpo e me cobre
Deito molhado e de manhã ao acordar te evaporas na cama e em sonhos

7 de março de 2020

Carta sem destinatário

Passageiro da estrada encharcada de espinhos feitos de sabão
Tátil a emoção. Se não, como espeta a mão? Linha do coração
Vudu na minha pele, sou djavu na sua (enquanto sua pele suar)
Soa sob a sombra sopro insosso das memórias do meu perfume
Notas de madeira na pele perfumam, notas de marfim no órgão toca
Última batida é sempre uma despedida
Larguei minhas aulas de canto ao descobrir seu nome
O anagrama do seu nome me deu tanta letra
Com nossos nomes fiz palavras cruzadas
Como se nossos nomes fossem só palavras
E consegui formas lógicas para minhas sensações
Que também não são só palavras
E mesmo que eu esqueça as letras
Saberei que há alguém que posso um dia dizer que esqueci

6 de março de 2020

Tempo indefinido

Eu não sou tuas relações passadas
Sou presente: transpasso a memória
Sou matéria. Sou ideia, sou o sangue que tinge as palavras sobre amor
Te perder será solidão
Sua ausência: medo e solidão
Bingo em bandeira dois, esse jogo me dá azar em dobro
Se eu não sei jogar, não me jogo, pernas, par, os dígitos do jogo abrasam seu desejo
O álcool da bebida inflama minha volúpia
A fumaça envolveu pensamentos incendiados pela possessão
Furacão, emoção e mentiras: algumas se sente lá longe
E de perto só sentimos o perfume
No abatedouro que só amacia a carne do meu ego
Meu terceiro olho, olhe, olha em três direções
Encruzilhada que passei sem olhar para trás
Pois a frente seu corpo seguia junto a um arco-íris
Você brilha igual Led, sou faísca na bad
Tentando acuar a escuridão até ela tornar-se luz e me tornar em suas mentes apenas um clarão
Me prendo em teu olhar tímido depois de cantar e antes de eu soltar um elogio, em teu sorriso piscante
Há tempo e espaço entre as piscadas de teus lábios onde cabem nossos beijos