7 de março de 2020

Carta sem destinatário

Passageiro da estrada encharcada de espinhos feitos de sabão
Tátil a emoção. Se não, como espeta a mão? Linha do coração
Vudu na minha pele, sou djavu na sua (enquanto sua pele suar)
Soa sob a sombra sopro insosso das memórias do meu perfume
Notas de madeira na pele perfumam, notas de marfim no órgão toca
Última batida é sempre uma despedida
Larguei minhas aulas de canto ao descobrir seu nome
O anagrama do seu nome me deu tanta letra
Com nossos nomes fiz palavras cruzadas
Como se nossos nomes fossem só palavras
E consegui formas lógicas para minhas sensações
Que também não são só palavras
E mesmo que eu esqueça as letras
Saberei que há alguém que posso um dia dizer que esqueci

Nenhum comentário:

Postar um comentário