Como eu vou explicar poesia? Imagina com um beijo selar o tempo
Em uma foto só pra enxergar na mente
Um orgasmo pulsando a janela da alma
O toque quem molda o desnecessário
Num jogo onde correm palavras não tentem entender meus pontos
Me passa a mente, pontuemos juntos
Ao que te remetem esses assuntos?
Eu escrevo já pensando a música e segredo em cada letra uma nota musical
Pode fugir da métrica, do assunto, da língua, só voa e me faz viajar
Não quero mar, cansei do sal
Eu quero sol, me leve às estrelas
Forjar sentidos sendo sem sentimentos? Por dentro os sons fundem-se aos ecos
E ouça a gritaria. Em que dia estamos? Escrevemos sempre do passado
27 de dezembro de 2019
Pílulas
Fogo na bomba pra combustão
Ou combustão espontânea previsível
A noite não enxergo
De dia não me enxergo
Nunca quis tanto ser cego
Se eu sou o que você diz ou o que eu faço, não passo de um prego. Incrédulo velo em silêncio o castelo do ego que criaram no novelo de reputação que me deram
Casto, ilibado não me basto. Um cavalo só, se consola à coloração do pasto.
Parto e cavalgo a fronteira do dia, ser linha de frente me costura memórias da infância, brinco de morto após crescido, ainda assim me divirto
Reflete comigo, pois assim você me reflete: é meu abrigo
Guerra química, pílulas, inimigo invisível, sou a teoria do caos
Sou a água no cais
Gerada por erupção vulcânica
Minha força está anêmica
Prefiro me abraçar pois a chuva hoje é dentro
A vida anda assim tão cênica? O cânone rachou igual nossa cerâmica
As pontes desabaram ou vocês que ficaram sem gasolina?
Me dirijo a vocês, sou meu diretor, atuo estar bem, que ator eu sou!
Ou combustão espontânea previsível
A noite não enxergo
De dia não me enxergo
Nunca quis tanto ser cego
Se eu sou o que você diz ou o que eu faço, não passo de um prego. Incrédulo velo em silêncio o castelo do ego que criaram no novelo de reputação que me deram
Casto, ilibado não me basto. Um cavalo só, se consola à coloração do pasto.
Parto e cavalgo a fronteira do dia, ser linha de frente me costura memórias da infância, brinco de morto após crescido, ainda assim me divirto
Reflete comigo, pois assim você me reflete: é meu abrigo
Guerra química, pílulas, inimigo invisível, sou a teoria do caos
Sou a água no cais
Gerada por erupção vulcânica
Minha força está anêmica
Prefiro me abraçar pois a chuva hoje é dentro
A vida anda assim tão cênica? O cânone rachou igual nossa cerâmica
As pontes desabaram ou vocês que ficaram sem gasolina?
Me dirijo a vocês, sou meu diretor, atuo estar bem, que ator eu sou!
24 de dezembro de 2019
Judas privilegiado ruminando seu próprio umbigo
Dei a outra face, Jesus
Mesmo certo, tomei cicuta outra vez
O destino do corpo não importa, estive pensando
Mas isso fica pra outra hora...
Judas, Ato dos Apóstolos, era pós-Apocaliptica da Besta Tinder - não me lembro em quantos versículos vc dizia querer nosso bem - você querendo um beijo me dá uma nostalgia dos de Don Corleone - te dou
E mesmo rico quis me encaixar à venda, a venda sobre meus olhos foram palavras de renda, aprenda, antes de vir a tempestade já montei a tenda…
Apanhe da vida antes que você apanhe das pessoas na sua vida (a vida é sua)
Jesuzinho mimado, moleque assustado, talarico arrombado (a vida é suar)
Pega o atestado, é tão ruim o trago, foi culpa do trigo? (cuidado se te pegam no pico)
E nem foi a primeira, entalou na garganta sua segunda, mas tentou a terceira? (sem você no conto, não haveria um final feliz, mas talvez veríamos felizes o João aah...Maria)
6 de dezembro de 2019
Lenços e seus papéis
Uma conversa entre pessoas distantes
Uma olhava a outra sem jeito
Não sabiam o que dizer
Respira
Respira
Respira
Toque
Um olhar
Encontro
Um oi
Um aceno, tímido
Do bolso, tira um lenço e segura-o na mão
As primeiras palavras irrompem com força em meio ao silêncio:
- Para que este lenço?
Palavras que de tão fortes cortam o lenço, o Espaço, o Tempo...
Respira
Respira
- Tempo! Dê tempo!
Tocam as mãos
Se olham, mas agora se atravessam. Como se naquele olhar pudessem alcançar o mais profundo do universo
E sonhavam galáxias, universos, multi-versos, medos...
Respira
Voltaram à Terra. Olham para o lado e veem uma macieira. Colhem uma. Não precisam de mais provas da existência...
Aspira
Percebem o escurecer
Os olhos perdem-se em um bréu denso que bloqueia a passagem do som
O vacuo os engole
E choram
O Éden não respira mais
Uma olhava a outra sem jeito
Não sabiam o que dizer
Respira
Respira
Respira
Toque
Um olhar
Encontro
Um oi
Um aceno, tímido
Do bolso, tira um lenço e segura-o na mão
As primeiras palavras irrompem com força em meio ao silêncio:
- Para que este lenço?
Palavras que de tão fortes cortam o lenço, o Espaço, o Tempo...
Respira
Respira
- Tempo! Dê tempo!
Tocam as mãos
Se olham, mas agora se atravessam. Como se naquele olhar pudessem alcançar o mais profundo do universo
E sonhavam galáxias, universos, multi-versos, medos...
Respira
Voltaram à Terra. Olham para o lado e veem uma macieira. Colhem uma. Não precisam de mais provas da existência...
Aspira
Percebem o escurecer
Os olhos perdem-se em um bréu denso que bloqueia a passagem do som
O vacuo os engole
E choram
O Éden não respira mais
22 de novembro de 2019
Física quântica e suas implicações na psique humana, ou "O Eldorado no fundo de um arco íris invisível"
Me perdi pelo caminho
Ao jogar Ventos aos moinhos
Todos cansaram-se das voltas
Portas curvas, e o que vem?
Duas às três
Uma hora para todas as idades esquecerem o parabéns
Que o aplauso aqui não gera Emoção
Que o fim dos tempos amanhã chegou
Ontem chegará em sonhos acordados
Andando num trem, cego, cruzo a linha da meta de Vidas
Em corpos arranhados leio a vida que as Mãos já apagou
Pausa
Sinto teu cheiro
Ronco teu sono
Não ouço sua Voz
Você se esconde atrás de uma máscara
Eu, já converso com bonecos
Pausa
Línguas mortas
Talvez latim, talvez Rembrandt, mas nunca Van Gogh!
Extirpar a estirpe da esfinge!
Não és
Pausa
Pausa
Pausa
Ao jogar Ventos aos moinhos
Todos cansaram-se das voltas
Portas curvas, e o que vem?
Duas às três
Uma hora para todas as idades esquecerem o parabéns
Que o aplauso aqui não gera Emoção
Que o fim dos tempos amanhã chegou
Ontem chegará em sonhos acordados
Andando num trem, cego, cruzo a linha da meta de Vidas
Em corpos arranhados leio a vida que as Mãos já apagou
Pausa
Sinto teu cheiro
Ronco teu sono
Não ouço sua Voz
Você se esconde atrás de uma máscara
Eu, já converso com bonecos
Pausa
Línguas mortas
Talvez latim, talvez Rembrandt, mas nunca Van Gogh!
Extirpar a estirpe da esfinge!
Não és
Pausa
Pausa
Pausa
29 de outubro de 2019
Água
(Tudo deve ser cantado por uma senhora de 60 anos que pese 70 kg. Ela deve estar quebrando o cenário durante toda a performance)
Me seca
Me cerca, me faz poço e te afunda em mim
Caindo de cabeça nas ideias ditas pelo volume morto em minha voz
E então sentir-se meio vazio num bar sem copos
Apenas corpos
Corpos.
Corpos.
(essa repetição deve ser devidamente acompanhada por um piano que toca várias teclas ao mesmo tempo, sabe? Aquele som tipo TAM.. TAM)
Lala, lalalalalala
Lalalala, lalala
Lalalala, lala
Meu riso, homeopáticos placebos
Águas passadas movem meu mundo de moinhos, Cartola
Turvas, em tratamento e sendo analisadas friamente (H MAIS 2 MAIS O - AHAAAA)
Só então te oferecerei um gole. Mas apenas um gole. É forte!
(Aqui inserir um trecho de uma reencenação de o médico e o louco, só que os dois invertendo os papéis a cada fala, tornando-se confuso identificar quem é o mais sofrível. Uma das falas deve ser: "Rir é o melhor remédio")
Bem vindo ao mundo!
Me seca
Me cerca, me faz poço e te afunda em mim
Caindo de cabeça nas ideias ditas pelo volume morto em minha voz
E então sentir-se meio vazio num bar sem copos
Apenas corpos
Corpos.
Corpos.
(essa repetição deve ser devidamente acompanhada por um piano que toca várias teclas ao mesmo tempo, sabe? Aquele som tipo TAM.. TAM)
Lala, lalalalalala
Lalalala, lalala
Lalalala, lala
Meu riso, homeopáticos placebos
Águas passadas movem meu mundo de moinhos, Cartola
Turvas, em tratamento e sendo analisadas friamente (H MAIS 2 MAIS O - AHAAAA)
Só então te oferecerei um gole. Mas apenas um gole. É forte!
(Aqui inserir um trecho de uma reencenação de o médico e o louco, só que os dois invertendo os papéis a cada fala, tornando-se confuso identificar quem é o mais sofrível. Uma das falas deve ser: "Rir é o melhor remédio")
Bem vindo ao mundo!
17 de setembro de 2019
Fim?
Pegue suas coisas, não tenho o que retirar
Cansei de brincar de Thor, leve também meu martelo
Na brincadeira da vida levo mais jeito pra prego
Se me acomodo, me encosto e sempre espeto
Não tenho relógios, vc enxergou a hora certa
Meu prazer é ter nada e tirar do seu bolso as certezas
Tão pesadas e sem peso, desnudaram-te e derrubaram essa mesa
Sem maneiras à mesa, em meio a briga de facas, uma conversa
Conseguiu minar uma mente que era um campo minado
E no nosso ditado, sempre nos encontramos ditongos
Estivemos conjugando e decidimos hiato
É briga de fato, estou farto, no coliseu enfrento um relato
Não alimentem os bichos ou terão que por dia matar um leão
Se nos pedirem 13 porquês, somemos mais um dia
Cansei de brincar de Thor, leve também meu martelo
Na brincadeira da vida levo mais jeito pra prego
Se me acomodo, me encosto e sempre espeto
Não tenho relógios, vc enxergou a hora certa
Meu prazer é ter nada e tirar do seu bolso as certezas
Tão pesadas e sem peso, desnudaram-te e derrubaram essa mesa
Sem maneiras à mesa, em meio a briga de facas, uma conversa
Conseguiu minar uma mente que era um campo minado
E no nosso ditado, sempre nos encontramos ditongos
Estivemos conjugando e decidimos hiato
É briga de fato, estou farto, no coliseu enfrento um relato
Não alimentem os bichos ou terão que por dia matar um leão
Se nos pedirem 13 porquês, somemos mais um dia
14 de agosto de 2019
Café ou chá?
Deus fez a Terra em seis dias
No sétimo descansou, O Cara merecia
E na descida da vigília: heresia
Uma mão para o céu, a outra já descia
- Mas que carne macia! Permita-me encostar
Mais um vestindo Prada tentando me enganar
- Prove desses doces, saíram do meu forno
E tirou de sua boca palavras de estorno
Sabe? Se é quadrado, na boca elas já não cabe
Bola e goleiro cada um ta numa trave
É esse o charme? E esse chá? Ih. É só viagi...
Linhas aéreas, o lanche uma miséria
Oferece a janela, não posso relaxar
E no black mirror, me dá a ideia
De co-ordenar: Café ou chá? Errou, é chá!
Sabe? Se é quadrado, na boca elas já não cabe
Bola e goleiro cada um tá numa trave
É esse o charme? E esse chá? Ih. É só viagi...
E então novamente preencher a lacuna
Da barra de especiaaaaaaal
Não perde o decoro ao subir na tribuna
Joaquim Barbosa e sua coluna,
E o cansaço é prova cabal
No sétimo descansou, O Cara merecia
E na descida da vigília: heresia
Uma mão para o céu, a outra já descia
- Mas que carne macia! Permita-me encostar
Mais um vestindo Prada tentando me enganar
- Prove desses doces, saíram do meu forno
E tirou de sua boca palavras de estorno
Sabe? Se é quadrado, na boca elas já não cabe
Bola e goleiro cada um ta numa trave
É esse o charme? E esse chá? Ih. É só viagi...
Linhas aéreas, o lanche uma miséria
Oferece a janela, não posso relaxar
E no black mirror, me dá a ideia
De co-ordenar: Café ou chá? Errou, é chá!
Sabe? Se é quadrado, na boca elas já não cabe
Bola e goleiro cada um tá numa trave
É esse o charme? E esse chá? Ih. É só viagi...
E então novamente preencher a lacuna
Da barra de especiaaaaaaal
Não perde o decoro ao subir na tribuna
Joaquim Barbosa e sua coluna,
E o cansaço é prova cabal
12 de julho de 2019
Black Mirror
- Espelho, espelho meu, existe alguém com mais likes do que eu?
A magia Disney enfeitiçou as telas
O dano algorítmico ninguém previu
Procurei olhos pelas ruas mas só encontro lentes
Registrando tudo o que faço, mas ninguém me viu
Nem ninguém verá
O filtro limpa as impurezas da minha aparência
Nas redes todo dia é festa! Para a vida? Os pijamas
Compartilho de mãos vazias coisas com o mundo!
Me engajo num gadget que libera budget para um problema social que meu GPS nem procura
Como escrever textos num blog chamado "A Procura da Cura"
Antes eu era sozinho. Hoje? Hoje não. Hoje sou online!
Mas é assim que a linguagem funciona, certo? Não dá para vc criar um nome diferente para os "eus" de cada pessoa
Daí calcinha, cueca
Boneca, bola
Rosa, azul
Ser rico
A magia Disney enfeitiçou as telas
O dano algorítmico ninguém previu
Procurei olhos pelas ruas mas só encontro lentes
Registrando tudo o que faço, mas ninguém me viu
Nem ninguém verá
O filtro limpa as impurezas da minha aparência
Nas redes todo dia é festa! Para a vida? Os pijamas
Compartilho de mãos vazias coisas com o mundo!
Me engajo num gadget que libera budget para um problema social que meu GPS nem procura
Como escrever textos num blog chamado "A Procura da Cura"
Antes eu era sozinho. Hoje? Hoje não. Hoje sou online!
Mas é assim que a linguagem funciona, certo? Não dá para vc criar um nome diferente para os "eus" de cada pessoa
Daí calcinha, cueca
Boneca, bola
Rosa, azul
Ser rico
28 de junho de 2019
Alzheimer
eu limpo sua mesa
saí com um sorriso no rosto
levei bombril produtos e bom papo
atrás de uma boa gorjeta
eu não sabia quem estava atrás daquela mesa
quem estava lá não conhece quem está atrás deste avental
e quando achar que conheceu
sou outro
não
sem esse papo de eu ser alguém altamente complexo
meu complexo de inferioridade não me permite esses
luxos
mas quando essa pessoa me conhecer
serei só outro zé
sim prazer meu nome é zé
eu disse a ela
e então ela virá outros dias e me chamará pelo nome
oow zé isso oow zé aquilo
teremos trocado nomes mas nunca identidades
- Mas... Zé de... José? José de quê?
rsrs alguns deles gostam de querer que os achemos mais especiais que os outros
tanto tempo que não me perguntam sou josé sim
josé das flores prazer
- José das Flores... se importa se eu olhar seu RG?
meu rg o que essa menina quer com meu rg
e não se enganem isso não tem nada a ver com identidade
e aqui provavelmente não trocaremos sequer essa identidade
com que cara eu iria pedir para ver a dela
qual o nome dela mesmo
- Débora!
débora sim ela me disse enquanto eu buscava a identidade oooow palavrinha maldita na minha carteira
entreguei meio receoso pq foto três por quatro nunca sai lá essas coisas já tive momentos melhores
ela começou a chorar
soluçando pegou na bolsa sua identidade e com um sorriso no rosto me mostrou
não é que a foto três por quatro daquela menina era a coisa mais linda que eu já havia visto
rsrs primeira vez que eu troco identidade com alguém e a pessoa chora
mas eu não havia trocado identidade alguma
- Pai! - Disse ela aos prantos.
E então, ela devolveu a minha.
saí com um sorriso no rosto
levei bombril produtos e bom papo
atrás de uma boa gorjeta
eu não sabia quem estava atrás daquela mesa
quem estava lá não conhece quem está atrás deste avental
e quando achar que conheceu
sou outro
não
sem esse papo de eu ser alguém altamente complexo
meu complexo de inferioridade não me permite esses
luxos
mas quando essa pessoa me conhecer
serei só outro zé
sim prazer meu nome é zé
eu disse a ela
e então ela virá outros dias e me chamará pelo nome
oow zé isso oow zé aquilo
teremos trocado nomes mas nunca identidades
- Mas... Zé de... José? José de quê?
rsrs alguns deles gostam de querer que os achemos mais especiais que os outros
tanto tempo que não me perguntam sou josé sim
josé das flores prazer
- José das Flores... se importa se eu olhar seu RG?
meu rg o que essa menina quer com meu rg
e não se enganem isso não tem nada a ver com identidade
e aqui provavelmente não trocaremos sequer essa identidade
com que cara eu iria pedir para ver a dela
qual o nome dela mesmo
- Débora!
débora sim ela me disse enquanto eu buscava a identidade oooow palavrinha maldita na minha carteira
entreguei meio receoso pq foto três por quatro nunca sai lá essas coisas já tive momentos melhores
ela começou a chorar
soluçando pegou na bolsa sua identidade e com um sorriso no rosto me mostrou
não é que a foto três por quatro daquela menina era a coisa mais linda que eu já havia visto
rsrs primeira vez que eu troco identidade com alguém e a pessoa chora
mas eu não havia trocado identidade alguma
- Pai! - Disse ela aos prantos.
E então, ela devolveu a minha.
27 de junho de 2019
O último circo
"As crianças já não acreditam mais em mágica". Essas palavras ecoavam na cabeça de Dimitri, que seguia pelas ruas desertas em direção à sua casa:
- "Dimitri, me perdoe. Seu números não tem mais trazido público. Você falou tanto sobre essa porra desse tanque de água e, na primeira noite, ela já começa a vazar. É uma merda, mas tenho de te dispensar. Pra tu não sair no preju total, eu pago o carreto pra levar essa coisa embora. Depois me passa teu endereço pelo telefone".
Dimitri não tinha o telefone. Ficava triste por deixar Helen, sua nova assistente, na mão.
As ruas eram iluminadas na mesma intensidade de suas esperanças. Ele mal conseguia enxergar.
Passou pela portaria. Abriu a porta de sua casa. Desabou num choro silencioso.
Os dias passaram com ele assistindo a gravações de suas antigas apresentações. Eram sempre o mesmo: Uma música, daquelas características de circo, comunicava o início do espetáculo. Um homem anunciava: "Reeeessspeitável púúúblicoooo!...". Então ele olhava o público, colocava sua cartola, e iniciava seus truques.
Uma semana se passou com essa rotina, e então recebeu sua primeira ligação. Era Eddie.
- "Cara, me escuta. Tu tem de voltar à vida. Tô aqui no Divina's, bicho. Traz aquela gravação tua aqui que eu vou tentar descolar alguma coisa num show de variedades ou, sei lá... Chega aqui, toma uma cerveja, nós falamos mal do imbecil do seu ex chefe..."
Suspirou. Levantou do sofá. Pegou a cartola que havia deixado ao lado da TV e a jogou no lixo. Se olhou no espelho e quase não se reconhecia. Tomou um banho e saiu.
- "Senhor Dimitri? Sua caixa de correio parece cheia. Se você tiver a bondade de esvazia-la antes de sair".
A caixa realmente estava estufada. Ele deveria ter agradecido a Dona Amelie. Fará isso na próxima vez que a ver.
Enquanto se aproximava, a caixa começa a ranger. Dimitri se assusta com a música do circo que, de agora em diante, começa a tocar de forma distorcida. Pensa ter deixado a porta de seu apartamento aberta. Ele ajeita seus óculos e abre a porta da caixinha. Escuta: "Reeeessspeitável púúúblicoooo!..." De dentro do correio, sai uma pomba voando. Assustado, retorna seus olhos e vê um enxame de pombas saindo da caixa. Uma última entala e começa a se bicar. Com raiva. Com sangue escorrendo de seu corpo. Dimitri sai correndo.
- "Hahahaha. Então a molecada do prédio tá sacaneando contigo, Dimi. Hahaha. Essa foi boa pra caralho, bicho! Toma mais uma. É por minha conta."
Mais algumas cervejas, e Dimitri escuta uma briga vindo do fundo do bar. Ele novamente escuta a música distorcida: "Reeeessspeitável púúúblicoooo!...". Olha para o lado, mas não encontra mais Eddie. Volta seus olhos para a confusão a tempo de desviar da faca arremessada por um dos homens. Sai correndo do bar.
Andando embriagado pelas ruas vazias, vê um animal. Não consegue distinguir ser um leão, um leopardo ou uma loba. Consegue apenas sentir sua alma gelar. Corre com todas as suas forças e começa a ouvir a música. Ele tropeça numa guia e apaga.
...
Acorda em seu apartamento caído no tapete ao lado de sua cama. Sua cabeça dói e ele sente enjoo. Corre para o banheiro a tempo de colocar tudo para fora. Dá descarga. Lava seu rosto, olha no espelho e percebe a cartola em sua cabeça. Ele o retira. Coloca-o em cima da pia. Olha novamente no espelho e lá está novamente a cartola. A música começa novamente: "Reeeessspeitável púúúblicoooo!...". Ele joga furioso sua cartola para longe, e lá está ela em sua cabeça novamente. Pensa estar ficando louco. Sai do banheiro e sente seu coração quase explodir: em sua cama estava Helen com seu corpo serrado ao meio. Trêmulo, ele corre ao telefone.
- "911, qual sua emergência? Alôô? Alô? Alô? Senhor, por favor, pedimos para que não ocupe nossas linhas...".
Dimitri acorda e não reconhece os móveis, o quarto ou sua roupa. Sente dificuldades para se movimentar e para falar. Se sente um pouco mais confortável ao ver um rosto amigo na sala. Era Eddie.
"Caraalho, Dimi. Passei esses três dias te procurando por tudo que é hospital. Você virou pro lado e começou a correr do nada lá do bar. Não se esforça pra falar, bicho. Os caras te deram medicação pesada aqui. Não esquenta, é pro teu bem. Disseram que tu passou por um 'surto psicótico'. Sei lá que porra é essa... Olha só: te arrumei um trampo, hein? Tu sai daqui e já começa direto a trabalhar adivinha onde? Nem em porra de variedade: Tu ta empregado no último circo da cidade, porra!! Aaahn? O dono pediu só pra vc passar lá e mostrar alguns dos seus truques e tá tudo fechado. Trouxe de volta tua gravação, Dimi. Vou colocar e deixar tocando pra te distrair".
O coração de Dimitri começa a acelerar. Ele tenta abrir a boca e balbuciar algo, mas nada sai. Suas mãos imóveis suam. Eddie coloca a gravação no aparelho, Dimitri fecha os olhos e... normal. A música toca de forma normal. "Reeeessspeitável púúúblicoooo!...". A mesma forma animada de antes. Dimitri relaxa.
- "Bom, Dimi, tô indo. Aah, duas coisas: teu ex chefe consertou e tá querendo saber quando ele pode devolver aquele teu tanque pro truque da água; e eu peguei tua chave pra dar uma passadinha na tua casa. A Dona Amelie reclamou de um cheiro de podre vindo do teu quarto tem uns três dias.", Eddie fecha a porta.
A gravação engasga por três segundos e volta a tocar de forma distorcida. "Reeeessspeitável púúúblicoooo!..."
Dimitri entra em choque. Ele olha pra cima e vê na parede não um, mas a cabeça dos três animais, o observando. Da boca de cada um começa a jorrar água, que aos poucos vai enchendo a sala. Ele tenta gritar para Eddie, mas não consegue. A gravação anuncia:
"E com vocêês, o último truque da noite". O quarto alaga. Dimitri chora. Suas lágrimas se confundem com a água. Ele dá seu último suspiro e se entrega à água.
A enfermeira entra, solta um grito, derruba sua prancheta e chama a segurança. Dimitri, balança no teto, preso ao lustre pelo lençol amarrado em seu pescoço. Seu corpo, encharcado, goteja água em sua cama abaixo, seca.
14 de junho de 2019
Diferentes formas de amor (parte 1) - Onde se vende a vida
- Mas eu não vendo a vida! Eu vendo a ixpiriença. Pra mô de oce vivê.
Então oce ispirimenta essas ispiriença, antes de oceis morrê.
Sem nem mesmo sabê porquê...
E eu que aqui pergunto:
Qual é? Qual é? Qual é?
A experiência da gaiola pra quem tem asas, não pé?
Por quê? Por quê? Por quê?
No meu céu ao léu eu voo. Sou réu sim! De pronto, discorro. Sigo tenso, mas sem decoro: De amor eu mato, eu morro...
O sangue no meu coração tinha ferro suficiente para montar suas próprias grades. Eu te guardei numa caixa: Torácica. A Vênus em minha galáxia dorme bem, numa cama estufada de fé, de uma noite onde quem brilhava era um eclipse. Cessaram-se os pensamentos, era tudo agressão e covardia. E foi nesse dia que Vênus de Milo nasceu, e me trouxe de sua Terra, uma maçã.
- Sorta eu, seu guarda!
Sorta. Sorta!!
- Isola o mau agouro do isolado. Lá fora, nós semo nossos carrasco nessa velha liberdade
- Soltem. Primavera trouxe o alvará
Advogado nem conseguia montar
N'égua leva chumbo leve
- Estou livre do julgamento?
- Devido ao seu parco provento. Vida farta! Povo farto. Eis a Justiça!
Seguimo inda ao relento. Sem pão, só sol e pavimento.
Na seca estufa do peito, hj, só mi cresce bastão do imperador...
5 de junho de 2019
Corra!
Vida me deu limões, passei fome
Tomates e sal comi
Lidar com velhas premonições, Homem
Jigsaw na mente feito por um passado negro, nego, não vivi
Nunca odiei o Scar, coleciono em 3D minhas cicatrizes
Enigma da esfinge no sistema nervoso, então não finge
Cabelo crespo, bolso liso, meu Lalaland é cringe
Observe a altitude antes das piada que "tudo nos atinge"
Tive nadando de braços abertos na lama
Braços fechados era a única coberta na cama
Ganhando likes tamo coberto de fama,
Somando views diferentes de várias miragens no Atacama
Revolução, é claro sinhor, queremos
A tinta da caneta é sangue dos griots. Sim, morremos
Corrompidos, seguindo o fluxo desde a nascente
Heráclito tava errado, pisaram de novo na gente
Daí reclamam e reclamam do uso do erário
"Pra que ações afirmativas se ganham o mesmo salário?"
Cala a boca! Tá de toca? Coisa escrota, caraio
Larga a paleta de cores pra fala de igual com o operário
Tomates e sal comi
Lidar com velhas premonições, Homem
Jigsaw na mente feito por um passado negro, nego, não vivi
Nunca odiei o Scar, coleciono em 3D minhas cicatrizes
Enigma da esfinge no sistema nervoso, então não finge
Cabelo crespo, bolso liso, meu Lalaland é cringe
Observe a altitude antes das piada que "tudo nos atinge"
Tive nadando de braços abertos na lama
Braços fechados era a única coberta na cama
Ganhando likes tamo coberto de fama,
Somando views diferentes de várias miragens no Atacama
Revolução, é claro sinhor, queremos
A tinta da caneta é sangue dos griots. Sim, morremos
Corrompidos, seguindo o fluxo desde a nascente
Heráclito tava errado, pisaram de novo na gente
Daí reclamam e reclamam do uso do erário
"Pra que ações afirmativas se ganham o mesmo salário?"
Cala a boca! Tá de toca? Coisa escrota, caraio
Larga a paleta de cores pra fala de igual com o operário
29 de maio de 2019
A resposta é não. Mas como nos sentimos sobre isso?
Não bata, pise devagar e não pergunte como estou
Estarei bem, obrigado. O acaso entre um ocaso chuvoso vai levar para fora problemas antigos. Enxaguando memórias, varrendo fotos e sangue, naufragando "bons dias" até em sua forma singular. Seus olhos já não suportam o mesmo ambiente que os meus. Olhe para um lado, eu ei de olhar para o outro, e então cruzamos as histórias das paredes que ecoam nosso silêncio no espaço. E eu tenho tanto espaço aqui dentro.
A fé cristã acordou, tomou desprezo com café e açúcar e, ainda assim, sentiu o amargo. Prefiro migalhas a esse pão não entregue em minhas mãos. Farei greve enquanto ainda sobrar voz para o grito. Abdico da função que vc mesmx se deu. Não, não atribuo gênero, sexo ou nome, não vejo humanxs. Eu vejo almas perdidas, gritando na Terra do Nunca, certas de que nunca quiseram estar aqui.
Mais um parágrafo. Me dou esse luxo. O do tempo tivemos e nada mudou. Se sou rei, por favor, baixe os portões. Entrego o castelo, é feito de cartas - em vidas de ventania - e não espero mais coringas nesse baralho. Pensando bem, nossos coringas serão as sementes. Elas estão crescendo. Essas águas passadas não movem moinhos, mas alimentam o solo onde permitimos ervas daninhas. Alguns escolhem árvores. Eu escolho algodão. E com um ancinho, vou devagarzinho, cuidando o Jardim. E mesmo que seja um solo, na hora certa pegue meu microfone e fale para a última flor que nascer. Fale. Vc faz eu sentir-me podando rosas...
Último. Não poderia esquecer desse. Os lapsos na memória vieram como um golpe indireto. A tempo, desviei. Minhas metáforas estão na reta e elas não têm combustível para percorrer mais distâncias. Sei que você se importa. Aliás, quero acreditar que a dureza no olhar é de quem por dentro se importa. De quem se magoa. Se me permitir, faço uma pergunta: O vácuo do espaço tem massa e volume maior que a dos meus "bons dias"?
Estarei bem, obrigado. O acaso entre um ocaso chuvoso vai levar para fora problemas antigos. Enxaguando memórias, varrendo fotos e sangue, naufragando "bons dias" até em sua forma singular. Seus olhos já não suportam o mesmo ambiente que os meus. Olhe para um lado, eu ei de olhar para o outro, e então cruzamos as histórias das paredes que ecoam nosso silêncio no espaço. E eu tenho tanto espaço aqui dentro.
A fé cristã acordou, tomou desprezo com café e açúcar e, ainda assim, sentiu o amargo. Prefiro migalhas a esse pão não entregue em minhas mãos. Farei greve enquanto ainda sobrar voz para o grito. Abdico da função que vc mesmx se deu. Não, não atribuo gênero, sexo ou nome, não vejo humanxs. Eu vejo almas perdidas, gritando na Terra do Nunca, certas de que nunca quiseram estar aqui.
Mais um parágrafo. Me dou esse luxo. O do tempo tivemos e nada mudou. Se sou rei, por favor, baixe os portões. Entrego o castelo, é feito de cartas - em vidas de ventania - e não espero mais coringas nesse baralho. Pensando bem, nossos coringas serão as sementes. Elas estão crescendo. Essas águas passadas não movem moinhos, mas alimentam o solo onde permitimos ervas daninhas. Alguns escolhem árvores. Eu escolho algodão. E com um ancinho, vou devagarzinho, cuidando o Jardim. E mesmo que seja um solo, na hora certa pegue meu microfone e fale para a última flor que nascer. Fale. Vc faz eu sentir-me podando rosas...
Último. Não poderia esquecer desse. Os lapsos na memória vieram como um golpe indireto. A tempo, desviei. Minhas metáforas estão na reta e elas não têm combustível para percorrer mais distâncias. Sei que você se importa. Aliás, quero acreditar que a dureza no olhar é de quem por dentro se importa. De quem se magoa. Se me permitir, faço uma pergunta: O vácuo do espaço tem massa e volume maior que a dos meus "bons dias"?
22 de maio de 2019
Indivisível
Coloca uma máscara, joga pra lá
Não use muito tempo, ela vai deformar
Só em meu solilóquio, solo, divagar
Devagar, cada rosto terá seu lugar
Folha capa de rosto, é tão fácil riscar
Arriscar, cara a tapa sem na carne tocar
...
Face tão escura, lua negra, nunca chega
Meu vazio, meu silêncio. A Gestapo gestar? Não dá
Flores e espinhos. Mundos e seus caminhos
Os muros se pulam, os murros desvio, os morros já uivam palavras não ditas
Palavras palavras palavras e escrita
Tentando moldar uma frase bonita
Sem nem intenção, poetizando vida
Abelha sem colmeia, a geleia é a vida
Real. Realidade se tornando imperativa
Ser escritor não dá mais, sou escriba
Olhar a semente e como germina
Poupar suas mentes do que me extermina
- Pois vindo do futuro não sei conjugar -
Esquece meu futuro, só consigo espalmar
Se um dia um grito fizer "extravasar"
Liga a câmara de eco e se deixe passar
Ultima linha era mais sobre como definhar
A primeira era o Lecter, ela só quer matar
- Espera, espera... Que incapacidade! Terminar tudo com "ar"?
- Pra me lembrar que ainda consigo respirar
- Aaaaaaaaaaaaa... entendi. Algo mais que vc queira compartilhar?
- Eu...
Não use muito tempo, ela vai deformar
Só em meu solilóquio, solo, divagar
Devagar, cada rosto terá seu lugar
Folha capa de rosto, é tão fácil riscar
Arriscar, cara a tapa sem na carne tocar
...
Face tão escura, lua negra, nunca chega
Meu vazio, meu silêncio. A Gestapo gestar? Não dá
Flores e espinhos. Mundos e seus caminhos
Os muros se pulam, os murros desvio, os morros já uivam palavras não ditas
Palavras palavras palavras e escrita
Tentando moldar uma frase bonita
Sem nem intenção, poetizando vida
Abelha sem colmeia, a geleia é a vida
Real. Realidade se tornando imperativa
Ser escritor não dá mais, sou escriba
Olhar a semente e como germina
Poupar suas mentes do que me extermina
- Pois vindo do futuro não sei conjugar -
Esquece meu futuro, só consigo espalmar
Se um dia um grito fizer "extravasar"
Liga a câmara de eco e se deixe passar
Ultima linha era mais sobre como definhar
A primeira era o Lecter, ela só quer matar
- Espera, espera... Que incapacidade! Terminar tudo com "ar"?
- Pra me lembrar que ainda consigo respirar
- Aaaaaaaaaaaaa... entendi. Algo mais que vc queira compartilhar?
- Eu...
12 de abril de 2019
hOMENS
É como subir montanhas
Que se erguem atrás de vales
E se movem - anjos de mármore e asa quebrada - por ventos uivantes
Mas não ouvem, não sentem, não choram
Salivam cachoeiras e
Vegetam cores
Toda passiva
Tudo passando
Nada para
Toupeira em seu próprio labirinto
De ecos claustrofóbicos
Roedores em seu topo
Levantam bandeiras brancas
Camisa de força da apatia de seus finos braços
Letargia de auto-bandeirante
Liturgia da espiritualidade indígena
Em tribo sem curandeiros e alguns caciques sem nome ou registro
A chuva cai, troncos sem cabeça marcham de botas
O homem do barro molda homens de barro
Para declamar em auto-flagelo
- Nojo!
Que se erguem atrás de vales
E se movem - anjos de mármore e asa quebrada - por ventos uivantes
Mas não ouvem, não sentem, não choram
Salivam cachoeiras e
Vegetam cores
Toda passiva
Tudo passando
Nada para
Toupeira em seu próprio labirinto
De ecos claustrofóbicos
Roedores em seu topo
Levantam bandeiras brancas
Camisa de força da apatia de seus finos braços
Letargia de auto-bandeirante
Liturgia da espiritualidade indígena
Em tribo sem curandeiros e alguns caciques sem nome ou registro
A chuva cai, troncos sem cabeça marcham de botas
O homem do barro molda homens de barro
Para declamar em auto-flagelo
- Nojo!
11 de abril de 2019
Achismos
Meus achismos são verdades
Ela acha que não os entende
Suas verdades então, num sopro,
Tornar-se-ão achismos
Já nem eu ou ela entendemos
Onde perguntamos como estamos
Respondemos pensar estar bem
E estar bem, por si, é tão bom
E o que é bom, me deixa tão bem
Que já sigo sem falsas impressões
Mesmo na impressão de errar
À minha face, marcada a impressão
Cicatriz difícil do achar
Que pensa mais que a mente
E olha e se apieda mais que olhos
Então toca, até que de longe, corações
Pra abrir e falar mais que eu
Ela acha que não os entende
Suas verdades então, num sopro,
Tornar-se-ão achismos
Já nem eu ou ela entendemos
Onde perguntamos como estamos
Respondemos pensar estar bem
E estar bem, por si, é tão bom
E o que é bom, me deixa tão bem
Que já sigo sem falsas impressões
Mesmo na impressão de errar
À minha face, marcada a impressão
Cicatriz difícil do achar
Que pensa mais que a mente
E olha e se apieda mais que olhos
Então toca, até que de longe, corações
Pra abrir e falar mais que eu
5 de abril de 2019
Ladrão noturno
Te pergunto: qual a sensação?
De sentir a morte passar pelos seus dedos
E literalmente, comer da tua mão
Você, emissário da morte
Sem capuz
O capuz sempre sobre a vítima
O maldito capuz
Seu medo são olhos que nunca poderão te reconhecer vivos?
Ou olhos que poderão te conhecer?
Os gritos da boca não acordam sua piedade, apenas os da alma, não é?
Sua alma grita a cada projétil deflagrado
Ela ficou rouca, muda. Muda! Há tempo.
E se os novos sapatos apertarem seu calcanhar, pense como eles irão laciar
Como vc e ele vão se laciar
Ainda há uma chance
Uma só. Uma para cada caminho. E cada caminho, tem milhões de escolhas. Cada escolha te pressiona de uma maneira que... você segue mudo
Mudo não pela presença de seu silêncio, mas sim pela ausência dele
Te falta silêncio e isso te é insuportável
Isso te faz querer matar. Mata!
Não perca tempo: mata.
Mas mata agora sem capuz
Seja um assassino justo
Se um dedo seu recuar enquanto estiver olhando meus olhos, sabemos o que vc não é
E sabemos o que eu não preciso ser
Em um momento da vida, nós nascemos
Uma parteira nos dá o primeiro tapa para chorarmos
Nossas mães batem nas nossas costas para gorfarmos
Alguém bate em nossos corpos pq pedimos
E queima, e dói, e excita
De sentir a morte passar pelos seus dedos
E literalmente, comer da tua mão
Você, emissário da morte
Sem capuz
O capuz sempre sobre a vítima
O maldito capuz
Seu medo são olhos que nunca poderão te reconhecer vivos?
Ou olhos que poderão te conhecer?
Os gritos da boca não acordam sua piedade, apenas os da alma, não é?
Sua alma grita a cada projétil deflagrado
Ela ficou rouca, muda. Muda! Há tempo.
E se os novos sapatos apertarem seu calcanhar, pense como eles irão laciar
Como vc e ele vão se laciar
Ainda há uma chance
Uma só. Uma para cada caminho. E cada caminho, tem milhões de escolhas. Cada escolha te pressiona de uma maneira que... você segue mudo
Mudo não pela presença de seu silêncio, mas sim pela ausência dele
Te falta silêncio e isso te é insuportável
Isso te faz querer matar. Mata!
Não perca tempo: mata.
Mas mata agora sem capuz
Seja um assassino justo
Se um dedo seu recuar enquanto estiver olhando meus olhos, sabemos o que vc não é
E sabemos o que eu não preciso ser
Em um momento da vida, nós nascemos
Uma parteira nos dá o primeiro tapa para chorarmos
Nossas mães batem nas nossas costas para gorfarmos
Alguém bate em nossos corpos pq pedimos
E queima, e dói, e excita
4 de abril de 2019
Espelho vazio
Sociedade dos poetas
Entretanto, vive
Não haviam palavras que preenchessem sua boca
O furo era imenso e invisível
As letras já não significavam
Respirar forte era levar mais
angústia aos pulmões
Sufocar era alívio
Morte era sua resposta para a
vida
Mas, não tinha ambas
Medo
...
...
...
...
...
Eu que te trouxe o passado num buquê tão cinza
Viva ao novo dia! Nostálgicos? Seringas e cadarços
"Não" é a palavra chave
Se eu me esconder mais um pouquinho, será que encolho e desapareço?
Desaparecer e aparecer na lista de procurados por: Ninguém
......
Olhos ou ouvidos? O que
prefere perder? Os olhos passam sentimentos de amor com intensidade. O ódio no
olhar era o mesmo
Bate o coração e entrega à
mesa passos diferentes. De tempo contido, mas contido num peito amargurado pelo tempo
Saliva sobra
Saliva sobra.
3 de abril de 2019
Textos que podiam ser uma tirinha mas devido à minha dificuldade de concisão, vão tomar mais o seu tempo. Ou: TQPSUTMDAMDDCVTMOST.
Opa, família! Tem...
Opa! Tudo bom?
Tudo! Tem como...
Stefan! Prazer!! Qual que é
teu nome, hein?
Meu nome?
É sim, teu nome. Qual que é?
É Clayton, senhor.
O cartunista escreveu certo
teu nome aqui, Clayton? É com A mesmo?
Cartunista? Moço, tem como vc
só me arrumar...
Uma letra? Cleyton, né? Mudamos
já! Mas fala aí, Cleyton!! O que trás sua visita aqui nessa área de fumante?
É exatamente is...
Veio pegar um ar? Veio no
lugar erraaaado, hein? Essa aí nao me engaaana! É fumante enrustiiiido!
Amigo...
É cooooisa pra se
guardaaaar...
Para...
Parôôôôô!!!!
Você pode me arrumar um
cigarro?
Poxa, Cleyton! Claro que
poosso, cara!!
*Cleyton dá um sorriso feliz,
nessa que vai ser a única marcação dessa tirinha*
Obrigado mesmo! O pessoal
aqui geralmente não...
Só que esse eu compreeei...?
...
Solto, já vi que você é ruim
de completar. Comprei solto. A gente vai agora ate ali na banca, e...
Não. Nem precisa, ééé...
Stefan!
Seu Stefan. Eu passo la
depois e pego!
Mas que isso, Cleyton! Minha
honra!! Depois você vai ter dinheiro trocado pra pagar? Chegar lá com nota alta
vai ficar sem fumar hoje!!
Mas tudo bem, seu Stefan.
Depois eu...
Me paga, claro. Ou deixa na
conta Dele...
...
...
...
... Lembrei, o cigarro! Vamo lá!
...
... Lembrei, o cigarro! Vamo lá!
Eu acho que eu vou embor...
Vamo indo pra banca daí você
vai me contando mais sobre isso. SÉÉÉÉRGIO? - O dono da banca é amigo meu - SÉÉÉRGIO! Separa um solto aí?
PRA JÁÁ, SEU STEFAN!
Agora me fala, filho - *Ele acende o cigarro para
Cleyton. Numa clara mudança de ideia das marcações do roteiro* - qual a sua preocupação sobre
ir embora?
...
Te falei da vez que o Sérgio
me vendeu a revista errada?? LEMBRA, SÉRGIO? O DIA DA REVISTA? Ah lá, ele
rindo. Ele acha um barato essa história.
...
Então sua esposa tá achando
apertado o novo apartamento?
...
Seu Stefan, por favoor. Para
de me mandar caixa fechada de Marlboro. Não tem mais onde guardar. Minha mulher
ta reclamando!
...
CLEYTON? É... O...
STEFAN!...EU-, é o que, Sérgio? Porque não avisou logo que não precisava falar
parando? Mas alto eu falo alto mesmo, porra! - CLEYTON? TO NO WHATSAPP, RAPAZ! VOU TE
MANDAR UMAS FIGURINHAS. PRA NÓS TROCARMOS!! NÃO É DE ÁLBUM NÃO, HEIN? É NO APARELHO
MESMO! Que se não, ele nao sabe, e...
*PÃÃM*
Fez pããm aqui, Sérgio. Ah,
foi pro dele. Coisa boa, hein? Rapidez!
...
Nooossa, e tua mulher te
deixou quando?... Que coisa, Cleyton!
...
Retalhos
Onde o colchão de um homem é a
caixa de papelão que foi dos móveis da sua sala de estar
Mola só conhece a que treme
sua cama com o peso do caminhão
Que passa pela ponte, fonte e
berço da preocupação, na falta da ação, dessa falta de emoção
Lavar passado em poça de ilusão sem usar a mão
Lavar passado em poça de ilusão sem usar a mão
Os homens são sereias,
cuidado ao os ouvir
Seu banquete de restos encheria o estômago de Hamlet
Dance com seu Sancho, jogue
um osso ao Alasão
E o crepúsculo chega mais
doloroso que o ocaso, perca tudo o que ganhou
Os amigos já não vê
Visibilidade pra que? Por não
me olharem os olhos, tornou-se invisível
Esse é teu único poder
Poder... perder
Então andem sozinhos
Tão apressados, tão ocupados
Andem sozinhos
1 de abril de 2019
Vicious eyes
Smoke a cigarette, let the
smoke smoke you down
Start it by the finish, straight maze
on your head, Pitfall
Smash it through the wall,
raise the glass, medicine 24/the best
Take a breath, feets in flat,
just relax, sip old Jack, marry me
Found out who you are in the
deep sea - shut up, listen! - bottom of the bottle's nest, boy
Be that bloke, how u even
dare? Eyes on her, i'm a mess
That you make me, i make you
I play me? Who play who?
Ride inside that night, ship
through
Don't let it sink, i'm onboard with
u
Eyes on your sadness is the
start, eyes that darkens even dark, thought's are killers - roses are red?
- killed my dreams, sometimes i think, time pass by
I look u, i say hi, you on
eye, lucky charm, drop a line, ménage with time, clock's also high, am i stand/bye? Your heart
beats hot, they not alike
Pierce me with a bullet,
forget the metaphor, cross my heart
Flush the feeling of that
voices in my head, need to feel you, touch will heal you, press S-A-P, A-S-A-P,
and hear in other languages: stay with me!
i admire you, i desire you, i designed you,
Joe says hi
18 de março de 2019
Eva
Salada de
frutas, essa festa tá uma uva, e várias uvas
Doces. Ele se misturou mesmo sendo a seca
Total.
Vibração alta, sonoridade tectónica
Balanço. Pra
descansar, ainda que em movimento
Mente. Que
ela levantou a taça e logo fez o brinde
Sangue.
Quando quebrou a taça, ja era a quinta
Terça. Era o
dia de um happy hour
Noite. Tomou
as luzes e nossa lascívia
Arte. De
dominar, num terreno sombrio
Calada. Ela
reclamava estar sentindo frio
Caminho.
Costurando o trânsito, uber é a carona
Destino. No
motorista a face do Caronte
Gps. Trânsito
na Consolação, parecia piada
Sirenes. Duas
ambulâncias estão cercando a barca
Presa. Em sua
condição, ela se sente imersa
Tato. Balinha
e o tipo de som. Mas quem aqui quer conversa?
O coquetel
terminou diferente
Entorpecida
pelos doces da festa, deu perda total
E no balanço
de suas mãos, sabíamos que na mente
Quem dizia-se
salvador, a deu um cálice de fogo
E ela foi só
descobrir no exame de sangue
O
proprietário a olhou nos olhos, ela em estado de choque
Sorriso de
canto de boca, havia a amaldiçoado à terça parte
Sem saber que
repousava a noite aos olhos do inimigo
E a arte do
cinismo implícita em seu “nada a ver comigo”
Acordou de um
pesadelo em meio à calada
Sem mais se
preocupar com o caminho, aceitou seu destino
Nem mais o
próprio GPS sentia onde ela estava
O som das
sirenes, sereias a levando às pedras
Presa fácil
para os abutres, vítima do sangue
Foi quando
então sentiu os anjos, os conheceu pelo tato
Castelo de vidro moído
Pistola de dedo de Bolsonaro
Se enfrenta
com cusparada Willys
Se não for
Glória, talento de um pires
Não
Alexandre, O Grande
Nem Tiago,
Menor
Estou
procurando a média
Pra dominar o
meio
Ser o melhor
em qualquer campo onde me colocar
Logo após,
colher as flores. Colocar em seu cabelo. Pensa no cheiro
Cansei de
poluir sua mente
Com meu dicionário tóxico
Fluência leve como água
Melhor me tratar
Tinha o
mundo, quis dominá-lo e apostei minha vida
Me perdi por
não saber brincar direito
Ou por saber
brincar com os outros muito bem
Não há terra
que esconda a heresia de um avestruz
Vomitando no buraco um saco de sapos de boca e cara amarrada
Tocar discos
para trás é encontrar meus demônios
Rezo amordaçado pra não envergonhar a nudez dos anjos
Nem toco o
nome Dela
Troco o nome
Dele
Escrevi os dois num mesmo espelho
Por dois lados consigo lê-los
Nem tanto ao céu nem tanto à terra, mas queimado de sol
Voa um vagalume que perdeu seu brilho
Nem tanto ao céu nem tanto à terra, mas queimado de sol
Voa um vagalume que perdeu seu brilho
12 de março de 2019
Freestyle 1
A cidade ta morta
Fachada cinza
Recursos: vida
Se é que pinga
Importa a alma
Faça balada
Calor humano. Coração: badaladas
Balada do céu numa noite estrelada
Se dê ouvidos,
Repito: Noite estrelada, se dê ouvidos
Sinta as cores
Torne lisérgicas
Sinta a dor e suas crises poéticas
Viva amores, faça a festa
Seu amor me gesta, tô renascido
Nesse cubículo não me sinto oprimido
Notas de amor tocadas de ouvido
Ultima sinfonia, e ao fim eu te sigo
Cego de olhos mas mudo de ouvidos
Sua voz me dá mão, outras nem dão sentido
Lealdade de um cão que encontra abrigo
Amor, hoje sou seu único inimigo
Facção carinhosa, sequestro feridas
Cativeiro aberto, segue a vida
Resgate de mil e uma noites
Amor me paga
Estou crente que vale cada marca da chaga
Tomo você tipo leite com manga
Amor imortal, se não, pq não sangra?
Cidade de luzes, não vejo estrelas
Observo seus olhos, sempre quero vê-las
Perdido no enigma de suas curvas, tipo yugi-oh
As pistas são seu nome e as ouço onde vou
As vezes paro...
Perco o flow...
To tirando sarro, o gigante acordou!
Artilheiro de ideias, Romário corou
Mil graus silenciam minha Pele, nada queimou
Escreveria seu nome com as cinzas do que sobrou
E em meu próprio velório, meu amor te velou
Fachada cinza
Recursos: vida
Se é que pinga
Importa a alma
Faça balada
Calor humano. Coração: badaladas
Balada do céu numa noite estrelada
Se dê ouvidos,
Repito: Noite estrelada, se dê ouvidos
Sinta as cores
Torne lisérgicas
Sinta a dor e suas crises poéticas
Viva amores, faça a festa
Seu amor me gesta, tô renascido
Nesse cubículo não me sinto oprimido
Notas de amor tocadas de ouvido
Ultima sinfonia, e ao fim eu te sigo
Cego de olhos mas mudo de ouvidos
Sua voz me dá mão, outras nem dão sentido
Lealdade de um cão que encontra abrigo
Amor, hoje sou seu único inimigo
Facção carinhosa, sequestro feridas
Cativeiro aberto, segue a vida
Resgate de mil e uma noites
Amor me paga
Estou crente que vale cada marca da chaga
Tomo você tipo leite com manga
Amor imortal, se não, pq não sangra?
Cidade de luzes, não vejo estrelas
Observo seus olhos, sempre quero vê-las
Perdido no enigma de suas curvas, tipo yugi-oh
As pistas são seu nome e as ouço onde vou
As vezes paro...
Perco o flow...
To tirando sarro, o gigante acordou!
Artilheiro de ideias, Romário corou
Mil graus silenciam minha Pele, nada queimou
Escreveria seu nome com as cinzas do que sobrou
E em meu próprio velório, meu amor te velou
9 de fevereiro de 2019
Vícios
Fumando um cigarro num quarto fechado, admiro a fumaça e sua dança, acessível e contemporânea. Ela dança e me mantém em torpor na neblina. Assisto todos - passivo, coloco o quarto na penumbra - os movimentos do objeto que agora se torna penumbra do que já foi.
Seu objetivo é queimar? Não. Foi imbuído de sentido a um ato sem sentido, enquanto sinto (talvez muito) ela ensaiar em meu corpo.
Dragão sem fogo, embebido em fumaça. Apago a brasa, brisa passa, transporta seus restos mortais. A mortalidade do cigarro se completa em mim. Sou o fim do ciclo dele, ele será meu fim.
Já não tusso mais em sua presença. Engulo fácil de ângulos que se tornariam difíceis até para o ar. Não penso em parar pq simplesmente não penso. Mas torço pra que esse filtro tenso afague como um lenço as mazelas superficiais.
E transforme tudo em sombras, desejo já não enxergar. Estou cego lendo tantas marcas, ainda que analfabeto.
Mas canso do desabafo abafado desse tal de cigarro. Lembranças ficam do pigarro, sinto saudades, procuro pela flor de Hiroshima; onde será que foi parar meu maço?
Seu objetivo é queimar? Não. Foi imbuído de sentido a um ato sem sentido, enquanto sinto (talvez muito) ela ensaiar em meu corpo.
Dragão sem fogo, embebido em fumaça. Apago a brasa, brisa passa, transporta seus restos mortais. A mortalidade do cigarro se completa em mim. Sou o fim do ciclo dele, ele será meu fim.
Já não tusso mais em sua presença. Engulo fácil de ângulos que se tornariam difíceis até para o ar. Não penso em parar pq simplesmente não penso. Mas torço pra que esse filtro tenso afague como um lenço as mazelas superficiais.
E transforme tudo em sombras, desejo já não enxergar. Estou cego lendo tantas marcas, ainda que analfabeto.
Mas canso do desabafo abafado desse tal de cigarro. Lembranças ficam do pigarro, sinto saudades, procuro pela flor de Hiroshima; onde será que foi parar meu maço?
8 de fevereiro de 2019
Música de guerra
Guardo palavras em baús, preciosas, não compete
A quem carrega dicionários e rasga tudo em confete
Terror das letras, técnico, lanço ideias em teia
Mente ilícita, sangrando a luz de uma lua cheiaPuro, no doce do meu amargor, me afogo
Murros e coices líricos, na natureza logo
Tipo login, no sapatin, chego e dou entrada
À sua saída, corpo e janela estão fechadas
Sua confiança, em meu tsunami se mostra fachada
Sua panela, de tanta pressão na rua, ladra
Não escuto, o barulho da minha obra cobre
Mestre de obras! Roda peão, antes que vc sobre
Poeta das ruas, letras com peso de concreto
Mãos calejadas da caneta, saio ileso dos escombros de seus versos Lego
Seus caracteres se reviram no túmulo, folha revolve
Ela só têm química comigo, letras tão ácidas que a folha dissolve
E chove em poesias. Coloca a língua pra fora
Seu domínio da língua à míngua, boroca, bebe meu foco agora
Sou foco e sufoco a falsa concorrência como sulfato, cospe
Voem com prudência, Ícaros, do meu espaço abato Cosbys
Sou um gigante e meu talento arranha-céus
Julgando deuses, sento-os no trono dos réus
Vou confabulando com as estrelas e anjos em enoquiano
Deuses cochichando? Silêncio! Deidades tão tipo: tá tirano
Mostrar pela minha lente, sigo, frente, rei insurgente
Tirem minha lente, já vi que ceis não aguenta os mil graus da patente
7 de fevereiro de 2019
Luta diária
Sentiu o clinch, abraçar oponente ou ringue
Vingue, num assalto clichê
Oponente ou você, querida
No auto de sua forma, a vida
Camareira, frente das guerras
Extinguindo lençóis,
É no freático que os conhecerei de verdade
Lei do mais forte, sorte, deteriorar
Fluxo.
Mas aqui, no ringue, os presentes na caixa:
Luxo
Esporte ausente, sangue quente
Vida se rende rente à porte,
De sua chance de tomar o cinturão da...
Nem ouse chamar
Escureçam o lado do corner
Pois sabe-se lá
O que acontece do outro lado
Só sei que de brim trajado pra quem conseguia ver
Cegueira branca, o alfaiate acostumou você
A muita luz, visualizou pouca definição
Inferno são os outros, explica em poucas esse mundo cão
Quem tem mais a perder nessa luta
Treme mais, vender ela não assusta,
Faça luta justa. Custa? Cash ou susta
Talvez nem haja um amanhã
Talvez nem houve uma manhã
Uma
Aquela em que acordei pé frio e apostei na Morte
Vingue, num assalto clichê
Oponente ou você, querida
No auto de sua forma, a vida
Camareira, frente das guerras
Extinguindo lençóis,
É no freático que os conhecerei de verdade
Lei do mais forte, sorte, deteriorar
Fluxo.
Mas aqui, no ringue, os presentes na caixa:
Luxo
Esporte ausente, sangue quente
Vida se rende rente à porte,
De sua chance de tomar o cinturão da...
Nem ouse chamar
Escureçam o lado do corner
Pois sabe-se lá
O que acontece do outro lado
Só sei que de brim trajado pra quem conseguia ver
Cegueira branca, o alfaiate acostumou você
A muita luz, visualizou pouca definição
Inferno são os outros, explica em poucas esse mundo cão
Quem tem mais a perder nessa luta
Treme mais, vender ela não assusta,
Faça luta justa. Custa? Cash ou susta
Talvez nem haja um amanhã
Talvez nem houve uma manhã
Uma
Aquela em que acordei pé frio e apostei na Morte
6 de fevereiro de 2019
Onipotência
Entra, mas não solta a maçaneta
Esteja preparado para o retorno
É seu lugar
Talvez nem haja outro
A liberdade de sair do casulo está só na borboleta
Você não sacrifica nem sua calçada
Estéril
Varrer pensamentos com vassoura feita de fios de cabelo que crescem como germes
em estufa
Alguns negativos, íons, vomitam energia
Expande como se fosse Cesar
O macaco
Pensemos em macacos:
Simples, selva, água
Comendo queijo... brie?
Sinto vergonha, mas vocês não
Vocês são visionários, veem o futuro
Mas o futuro não te vê
Ao menos com bons olhos
Não estou dizendo que a revolução das máquinas vai
dominar a todos, não vivo dessas utopias
As próximas revoluções tecnológicas se darão de... dois em dois anos?
A tecnologia, uaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaau
É de ponta
Vocês se cutucam como se as tivessem inventado
Mas, surprise: vocês foram inventados
Robôs, mecânicos, mercadoria
Você é, não tem, fonte de renda
Falo sobre massa
Aquela que foi usada para formar as últimas bolachas do
pacote
Do qual eu nem conheço a marca
Nem o logo
Sei o cheiro: suor, cansaço, crime
A receita para o creme da morte
Enquanto isso, atravesso o oceano. Não. Kramers
racistas sobem Kremlins em um terreno sci-field
Loucura, né?
Terra dos sonhos de quem nunca acordou de verdade
Can i talk in
english? No
Vou traduzir o que eu disse: não
Todos na TV são gremlins
A chuva derrete seus rostos
Bonecos de cera
Homúnculos. Pergunte algo sobre o mundo real
Sabem dados, nomes, artigos, modos
Mas pergunte sobre realidade (que não virtual)
Meus textos analógicos não abrem na sua tela
Nossa palavra não é escutada, estamos presos ao
mosquiteiro
E já não batemos em seu para-brisa, Thors
(o deus nórdico, manjam? Aquele loiro, de olho azul?
Ele pune ciclistas!)
5 de fevereiro de 2019
22 de janeiro
Escrevi tão forte seu nome na memória
Que sobrescrevi todos os pensamentos
Só você sente a primavera
O sabor que ela tem
Invernos e verões, teus armários
Outono cai e só não apago a tua luz
Em marcha, voa ano, acende a vela
E lhe dou, e lhe dei, e me dá...
Parabéns!
Junto a um sorridente arrepio
Vítimas, olhares que não usam black tie
Despindo palavras sem destilar sentimentos
Para tomarmos puro, sem filtro ou doce,
Nosso amor
Que sobrescrevi todos os pensamentos
Só você sente a primavera
O sabor que ela tem
Invernos e verões, teus armários
Outono cai e só não apago a tua luz
Em marcha, voa ano, acende a vela
E lhe dou, e lhe dei, e me dá...
Parabéns!
Junto a um sorridente arrepio
Vítimas, olhares que não usam black tie
Despindo palavras sem destilar sentimentos
Para tomarmos puro, sem filtro ou doce,
Nosso amor
4 de fevereiro de 2019
Colheita
Meu destino é vento
Eu? Peso cem quilos
Sei o caminho
Vi a enchurrada nos noticiários
A brisa não refresca
Me lembra o destino
Quero uma eólica (qual a que estoca vento)
Usinas cheias, bolsos cheios
Construir ideias concretas que
Não estejam petrificadas
A morte, cláusula pétrea
Nasceu já em expediente
Não me preocupa o anoitecer
Se as luzes forem artificiais, deixem
Andorinhas,
Ainda perdidas
Sem saber estações
Se encontrando em linhas
Manifesto
A vontade de domar os grilhões
Com valor para milhões
Mas de rima tão pobre
Sobre a terra, pedras apenas constroem mais muros
Esquecer valores para dar valor
A pequenos
Momentos
Mas mais importante
Cultivar para que sejam instantâneos
E se for para unir todos no mais sagrado terreiro,
Seja
Moldo
Sou filho da terra
Pó das estrelas
Maus ventos jamais me levarão a terreno desconhecido
Eu? Peso cem quilos
Sei o caminho
Vi a enchurrada nos noticiários
A brisa não refresca
Me lembra o destino
Quero uma eólica (qual a que estoca vento)
Usinas cheias, bolsos cheios
Construir ideias concretas que
Não estejam petrificadas
A morte, cláusula pétrea
Nasceu já em expediente
Não me preocupa o anoitecer
Se as luzes forem artificiais, deixem
Andorinhas,
Ainda perdidas
Sem saber estações
Se encontrando em linhas
Manifesto
A vontade de domar os grilhões
Com valor para milhões
Mas de rima tão pobre
Sobre a terra, pedras apenas constroem mais muros
Esquecer valores para dar valor
A pequenos
Momentos
Mas mais importante
Cultivar para que sejam instantâneos
E se for para unir todos no mais sagrado terreiro,
Seja
Moldo
Sou filho da terra
Pó das estrelas
Maus ventos jamais me levarão a terreno desconhecido
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